Portas Abertas • 1 ago 2023
Após dois anos deslocada, Farah voltou para casa e encontrou tudo destruído
Milhões de vidas foram ceifadas nas guerras na Síria e no Iraque, deixando ambos os países em ruínas. A atitude mais racional seria abandonar tudo e buscar refúgio em países onde houvesse paz e segurança.
Porém, muitos não tiveram condições de sair do território e outros cristãos escolheram ficar e serem usados por Deus nas reconstruções das nações. A Revista Portas Abertas de agosto conta os testemunhos desses irmãos na fé, que confiaram em Deus apesar das circunstâncias.
Farah e seu marido Janan fazem parte daqueles que disseram “sim” para o Senhor e estão dispostos a representar Jesus na planície de Nínive, no Iraque. A comunidade onde vivem existe desde o século 12 e abrigava 1,5 milhão de pessoas – agora tem 250 mil moradores e está em ruínas. Boa parte dos moradores encontrou refúgio em outros países do Oriente Médio, Europa, América do Norte e Oceania.
Em 2014, Farah, seu marido e um filho pequeno precisaram fugir para Erbil, pois o grupo Estado Islâmico (EI) tinha invadido a região. Eles deixaram uma casa e o salão de beleza da cristã para trás, pensando que voltariam em dois dias e retomariam a vida, mas a viagem de volta aconteceu apenas três anos depois, em 2017. “Houve muitos tiros e bombardeios. Tive muito medo quando saímos e alguns sentimentos contraditórios. Tínhamos que partir, mas não sabíamos para onde ir”, relembra a seguidora de Jesus.
Os muros da igreja que Farah frequenta tem as marcas dos tiros dos extremistas islâmicos
As estradas e o posto de controle estavam cheios de carros e a principal preocupação de Farah era com o futuro do filho Gaith, que tinha dois anos na época: “Não tínhamos nada, só levei comigo algumas coisas necessárias para meu filho”.
Quando chegaram a Erbil, o cunhado de Farah recebeu os deslocados em uma casa que tinha alugado com colegas de trabalho. Cada um recebeu seus familiares que fugiram dos conflitos e 75 pessoas passaram a morar na residência. “Foi uma situação muito difícil. Alguns de nós dormíamos nos carros, pois não havia lugar suficiente para todos”, testemunha a cristã.
Após dois meses, a família cristã alugou uma casa para viver com os sogros e três cunhados, com suas esposas e filhos. “Passamos por momentos difíceis lá. O trabalho era escasso e os salários muito baixos. Nós dois precisávamos trabalhar porque tínhamos que pagar o aluguel e viver”, explica.
Nessa época, Farah quase perdeu a esperança de voltar para sua terra natal. Porém, em outubro de 2016, o exército iraquiano e seus aliados retomaram a vila, após dois anos de dominação do EI, que deixou casas, igreja e outros prédios destruídos.
No início de 2017, Farah e a família conseguiram voltar para seu vilarejo e encontraram tudo destruído: “Encontramos nossa casa saqueada, quase não sobrou nada, tudo foi destruído. Além de estar em um estado imundo, havia muita destruição. As janelas quebradas e até as paredes foram demolidas”.
Com o apoio de cristãos ao redor do mundo, Farah tira o sustento da família trabalhando em seu salão de beleza
No entanto, nada foi capaz de mudar o propósito de Farah e Janan de retornar e reconstruir o vilarejo que tanto amam. Graças ao apoio dos parceiros da Portas Abertas, a casa da família foi uma das 2.229 reconstruídas.
Além disso, Farah também foi apoiada para refazer o salão de cabeleireiro, de onde tira parte do sustento da família e emprega outras duas mulheres. “As palavras de agradecimento são muito pouco. Vocês nos ajudaram e ficaram ao nosso lado, o apoio de vocês foi encorajador. Isso me permitiu reiniciar meu negócio e me levantar”, conclui a cristã.
Só e possível permanecer representando a igreja de Jesus no Iraque, se as famílias cristãs tiverem uma renda para sobreviver. Doe e permita que nossos irmãos na fé abram seus pequenos negócios.
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