Portas Abertas • 5 set 2022
Cristãos são tratados como cidadãos de segunda classe
Observadores e analistas estão preocupados com a situação delineada nos últimos meses na Tunísia. “As garantias institucionais dos direitos humanos estão abaladas e há planos para diminuir a autonomia do judiciário. O projeto de lei tem medidas preocupantes que dará passe livre para a interpretação das leis de uma maneira mais rígida, seguindo os princípios do islã”, relatou a ONG Anistia Internacional.
No dia 25 de julho, cidadãos votaram a favor da nova Constituição, que concede plenos poderes ao presidente em exercício, inclusive para decisões acima do judiciário. Isso pode tornar a situação da igreja e dos cristãos no país mais difícil.
“O que preocupa as minorias na Tunísia, que inclui os cristãos, é que o projeto de lei faz fortes referências ao islã. Ele pretende associar a Tunísia à comunidade islâmica Ummah, deixando de ser um Estado laico. O projeto também diz que o Estado deve buscar os interesses do islã para preservar as almas, proporcionar dinheiro, religião e liberdade”, disse um analista da Lista Mundial da Perseguição da Portas Abertas.
Discriminação, marginalização e ataques não são punidos, o que deixa as minorias na Tunísia com a sensação de serem cidadãos de segunda classe, menos importantes.
“Precisamos esperar para ver o que o presidente fará quando a Constituição for aprovada e como as igrejas estabelecidas e as igrejas domésticas serão afetadas. Infelizmente, a experiência democrática na Tunísia foi caótica, envolvendo corrupção e problemas econômicos. Os tunisianos querem mudanças e confiam no novo presidente para melhorar a situação do país”, conclui o analista.
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