Portas Abertas • 17 ago 2021
Além da libertação de mais uma jovem, novas informações sobre outra garota libertada foram divulgadas (foto representativa)
Outra garota de Chibok se apresentou ao exército no estado de Borno, no Norte da Nigéria. A jovem, Hassana Adamu e os dois filhos foram entregues ao governador do estado, Babagana Umara Zulum. De acordo com os registros da Portas Abertas, ela era uma das poucas garotas muçulmanas entre as garotas sequestradas em Chibok.
Esses incidentes coincidem com centenas de rendições por combatentes do Boko Haram. De acordo com o portal de notícias New Humanitarian, mais de 1.000 jihadistas se renderam ao governo nas últimas semanas. Especialistas dizem que a rendição provavelmente está ligada à morte de Abubakar Shekau, o antigo líder morto em maio. Hassana é a segunda garota de Chibok que encontrou liberdade nas últimas semanas.
Em 5 de agosto, a Portas Abertas comunicou sobre a rendição de uma jovem de Chibok, sem nome na época, com o suposto marido. A identidade da adolescente foi revelada desde então como Ruth Ngalidar Pogu, que cresceu em um lar cristão. Ela teria se entregado aos militares ao lado de um dos captores e dois filhos que ela havia dado à luz enquanto estava em cativeiro. Enquanto a liberdade após mais de sete anos é uma boa notícia, os desafios que estão à frente dela e da família permanecem extensos.
Notícias sobre a libertação da jovem se referiram ao homem que se rendeu com ela como "marido", usando termos como "casado" para descrever o relacionamento. Mas, não só esse homem é integrante do Boko Haram, como também é um abusador sexual, que roubou o futuro da jovem, usando uma interpretação distorcida da religião que ele defende como justificativa, forçando-a a um estilo de vida que ela não escolheu ou previu para si mesma.
Após a recente derrota da facção Shekau do Boko Haram pela Província do Estado Islâmico da África Ocidental (ISWAP, da sigla em inglês), muitos integrantes do Boko Haram que eram leais ao falecido Abubakar Shekau preferiram se arriscar com um governo que havia reabilitado 600 terroristas "arrependidos". Até julho de 2021, eles deveriam passar pelo Programa de Reabilitação e Reintegração (DDR, da sigla em inglês), que nada mais é que uma desradicalização.
Até agora, 366 terroristas teriam emergido da floresta ao lado de 746 membros do grupo extremista, entregando armas e dinheiro, declarando que eles "se arrependem" dos atos de violência que resultaram em mais de 30.000 mortes. No entanto, muitas jovens mulheres e meninas africanas, como Ruth, carregarão para sempre os traumas da violência, sobretudo da sexual.
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