Uma história de fé em meio à adversidade

Portas Abertas • 3 set 2004


Satwasheela Sahare tem 30 anos e é de Nagpur, Estado de Maharashtra. Ela é de origem neobudista. Os neobudistas são pessoas que aceitaram o budismo a convite do Dr. B.R. Ambedkar, autor da Constituição indiana.

Ele adotou o budismo como protesto contra o opressivo sistema de casta hindu nos anos sessenta, convertendo quase cinqüenta mil pessoas num único dia ao budismo. Mas essas pessoas nunca foram incluídas na corrente principal do budismo e, apesar de terem sido liberadas do sistema de casta pelo nome, ainda continuam sendo suas vítimas. A sociedade não lhes permite esquecer que eles são Dalits de casta inferior, ou "intocáveis".

Satwasheela viveu em confusão, sem entender nada a respeito do budismo e desligada do aprisco hindu, que nunca aceitou Dalits iguais a ela.

Apesar da falta de identidade religiosa, esperava-se que ela seguisse todos os costumes prescritos a pessoas das classes mais baixas.

Satwasheela foi casada durante muitos anos e, mesmo assim, não tinha filhos. Como normalmente acontece, seu marido e seus parentes pensavam que a culpa era dela. Ninguém falou de tratamento médico a seu marido, presumindo que não pode haver nada de errado com o homem. Satwasheela suportou a pressão e o estigma que sua comunidade coloca sobre mulheres sem filhos. Desesperada, ela voltou-se para quase tudo na esperança de conceber um filho.

Experimentando paz e amor
Um dia, ela ouviu falar a respeito de uma reunião de oração cristã. Ela ouviu também falar de como Jesus Cristo podia curá-la. Quando ela pediu permissão da sogra para ir à reunião, foi recusada. Normalmente, sua sogra a encorajava a explorar quaisquer meios possíveis para garantir que ela engravidasse, incluindo visitas aos feiticeiros. Dessa vez, ela foi severamente advertida para que não se juntasse aos cristãos. Foi-lhe dito que os cristãos toleram a conversão e outras atividades suspeitas.

Mas Satwasheela não conseguia tirar da cabeça a reunião de oração ou a promessa de cura. Alguns meses depois, sua sogra idosa morreu. Foi então que Satwasheela apareceu pela primeira vez numa reunião de oração da igreja local. Suas palavras: "Fui inundada de paz e amor. Eu nunca tinha experimentado tal alegria antes em minha vida". Ela logo começou a freqüentar com regularidade as reuniões de oração, sem o conhecimento do marido, que se opunha aos cristãos.

Prova de fé
Logo seu marido descobriu e começaram os espancamentos. Todos os dias, sem falhar, ele a espancava e a maltratava. Ele a mantinha trancada fora de casa, às vezes durante noites inteiras. Com freqüência ele a pegava pelos cabelos e a empurrava escada abaixo do segundo andar da casa. Para vigiá-la e impedir que ela fosse às reuniões de oração, ele trancava Satwasheela na casa. Às vezes ele a trancava durante dias sem comida.

Já que ela não podia ir às reuniões de oração, a única alternativa era chamar os cristãos locais para o lugar onde ela estava. Assim, ela e uns poucos cristãos começaram a realizar reuniões de oração em sua casa, na ausência do marido. Isso servia para fortalecê-la e encorajá-la. As reuniões eram realizadas silenciosamente e em segredo, mas logo os vizinhos descobriram e veio a oposição da vizinhança na qual ela vivia. Um dia, cerca de quinhents pessoas da vizinhança vieram e ameaçaram a ela e ao grupo. Isso, entretanto, não a fez desanimar.

Permanecendo firme apesar das dificuldades
Tomando conhecimento do fato através dos vizinhos, seu marido a jogou para fora de casa. Satwasheela não tinha para onde ir a não ser recorrer aos cristãos. Eles falaram ao seu marido, mas foram expulsos violentamente, por isso tiveram de pedir ajuda à polícia, que forçou o marido a recebê-la. Ele a recebeu novamente, mas começou a espancá-la.Mesmo num estado aflitivo, Satwasheela foi ao seminário Permanecendo Firmes Através da Tempestade em Jabalpur. No seminário, ela contou:

"Toda vez que o meu marido me bate e fere o meu rosto com uma vara, eu pronuncio o nome do Senhor. Depois que ele se satisfaz em me bater, eu oro para que o sangramento pare e o Senhor me atende". Ela sente que os vizinhos e seu marido estão em um lado e ela no outro, porém ela não pretende abandonar sua fé nem o marido.

Sua devoção ao marido foi recompensada com mais brutalidade. Ele literalmente a jogava para fora de casa. Ele ainda a espancava. Ele ainda a trancava durante dias sem comida. O pior é que o seu marido espalhava boatos que ela e o pastor de sua igreja estavam tendo um caso. Em tudo isso, Satwasheela respondia com extrema humildade. Ela não desejava nada mais que o seu marido e os vizinhos viessem a conhecer a Cristo. Ela simplesmente pedia orações: "Orem para que o meu marido e  meus vizinhos conheçam a Jesus como Salvador e Senhor. Orem por firmeza para que eu possa suportar os espancamentos do meu marido e para que eu possa ser uma boa testemunha de Cristo".

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A Portas Abertas é uma organização cristã internacional e interdenominacional, fundada pelo Irmão André, em 1955. Hoje, atua em mais de 60 países apoiando cristãos perseguidos por causa da fé em Jesus.

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