Portas Abertas • 5 out 2019
Das 275 meninas sequestradas em Chibok, 112 ainda continuam desaparecidas
Dois mil dias se passaram desde que as 275 meninas de Chibok, na Nigéria, foram surpreendidas por militantes do Boko Haram. Delas, cerca de 230 foram levadas pelos militantes enquanto a escola era posta em chamas. Dessas, 47 meninas conseguiram escapar durante e logo após o sequestro. Algumas escaparam ao longo do tempo e o Boko Haram libertou 21 meninas em outubro de 2016 e outras 82 em maio de 2017. O presidente da Associação de Pais de Chibok, Yakubu Nkeki Maina, diz que 112 meninas cristãs ainda não foram libertadas. Ninguém sabe quantas estão vivas.
Apesar da dor dos pais continuar até hoje, esse não é um caso isolado, mas a realidade. Diversas meninas e mulheres continuam sendo sequestradas na Nigéria, seja por grupos islâmicos radicais, como o Boko Haram, ou por muçulmanos que acreditam estar salvando “infiéis”. Esse é o caso de Aisha, de apenas 14 anos, que foi sequestrada para ser a segunda esposa de um muçulmano.
A adolescente saiu para comprar remédios e na volta, Chiroma, um muçulmano casado, com cerca de 30 anos, a sequestrou com ajuda do cunhado, o “rei” de Sambirni, Sarki Haruna, e religiosos islâmicos locais. Chiroma já tinha ameaçado se casar com Aisha à força, depois dos pais dela dizerem para ele parar de visitá-la. Então, Aisha foi levada para o palácio de Hakeemi, em Maigana, a cerca de 45 minutos de distância.
Depois de quatro dias, os pais foram chamados para irem ao palácio. Para seu grande choque, viram Aisha no traje islâmico completo. Disseram a eles que foram convocados para saberem que a filha não estava “perdida”, mas sim em boas mãos. Agora, ela era muçulmana e se casaria com seu sequestrador alguns dias depois. Ela não poderia voltar para casa, porque “um muçulmano não pode viver com um cristão”. Sendo assim, ela receberia pais islâmicos para substituir os pais biológicos “infiéis”. (Essa história continua)
Como consequência de ataques violentos na Nigéria, muitos cristãos carregam traumas. Diante das perdas vividas, precisam de ajuda para processar a dor e encontrar cura para as feridas. Por isso, foi inaugurado o Centro Shalom de aconselhamento pós-trauma. Sua doação permite que líderes cristãos sejam treinados como conselheiros para lidar com os traumas dos cristãos em sua comunidade.
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