Portas Abertas • 15 set 2017
Uma missionária e assistente social finlandesa foi mantida refém por quatro meses no Afeganistão e libertada em meados de setembro. Em maio, a mulher que não teve seu nome revelado, foi sequestrada de uma hospedaria que é administrada pela organização que a enviou para o Afeganistão. O colega alemão que a acompanhava e o guarda afegão que fazia segurança do local foram mortos. Ela estava estudando Dari (versão afegã do persa) se preparando para sua primeira missão, que seria em terras afegãs. A organização de ajuda baseada na Suécia disse que “é com grande alegria que confirmamos a libertação de nossa colega sequestrada em 20 de maio. O bem-estar e a saúde dela estão sendo avaliadas no momento e, por isso, solicitamos privacidade a ela e sua família”.
O Ministério das Relações Exteriores da Finlândia confirmou que ela estava "segura", mas não deu mais detalhes. Nenhum grupo extremista até agora reivindicou a responsabilidade pelo ataque. A missionária trabalhou no Afeganistão por13 anos e encabeçou um projeto de alfabetização. "O projeto, em sua fase de experimentação, teve um desejo profundo de servir o povo do Afeganistão", afirmou a organização em comunicado logo após o ataque de maio. A Operação Mercy, em que a mulher trabalhava, tem mais de 300 funcionários em todo o mundo. Seu trabalho no Afeganistão inclui projetos que ajudam a reduzir a mortalidade infantil, treinamento de liderança e capacitação de mulheres.
Constante ameaça
O incidente revelou a insegurança no país. Também em maio, uma agência alemã de assistência social anunciou que fecharia seis de seus escritórios e instalações residenciais em Cabul e se mudaria para um bairro fortemente seguro nos arredores da cidade. Cabul é atormentada por gangues criminosas que realizam sequestros por resgate, muitas vezes visando estrangeiros e moradores ricos e, às vezes, entregando-os a grupos insurgentes como o Talibã. Desde a retirada da maioria das tropas internacionais do Afeganistão em 2014, grupos militantes, como os talibãs, se tornaram mais ativos na "jihad" contra o governo e as agências e organizações ocidentais, estão usando o sequestro como uma das suas ferramentas.
Segundo pesquisas da Portas Abertas, somente em 2014, houve dois incidentes onde morreram trabalhadores estrangeiros, envolvendo três cidadãos sul-africanos e dois finlandeses. Devido à tamanha insegurança, é praticamente impossível que cristãos se reúnam abertamente em comunidade. Por isso, não há igrejas públicas no Afeganistão. Cristãos se encontram em secreto, o que faz a igreja necessitar de instrução bíblica e líderes preparados. O Afeganistão está em 3° lugar na Lista Mundial da Perseguição, editada anualmente pela Portas Abertas.
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