“Não posso deixar o meu Deus”

Cristã da República Democrática do Congo se mantém fiel mesmo após experimentar as consequências de um ataque à igreja em sua família

Portas Abertas • 20 mai 2024


O filho mais velho de Neema, David, de oito anos, que também estava no dia em que a igreja foi atacada, teve um ferimento na perna e perdeu um dos olhos

O filho mais velho de Neema, David, de oito anos, que também estava no dia em que a igreja foi atacada, teve um ferimento na perna e perdeu um dos olhos

Na última semana você conheceu Neema, que perdeu o filho David, de quatro anos, em um ataque a bomba à sua igreja, na República Democrática do Congo. O ataque também feriu o outro filho de Neema, Danny. Ele perdeu um olho e machucou a perna. Por dois meses, ele caminhou com muletas até recuperar a mobilidade completa em abril de 2023. Porém, o custo de perder o irmão, além do ataque em si, deixaram Danny abalado emocionalmente. “Danny parou de comer por causa das lembranças do irmão. Ele chorava, chamando pelo irmão”, explica Neema.  

“Quando eu penso que um filho meu morreu e o outro está com um problema no olho, fico pensando que se os tivesse deixado em casa e ido sozinha, talvez apenas eu me ferisse. Então lembro que o inimigo veio para frustrar o plano de Deus, por isso digo: ‘Deus, me ajuda e continua me confortando’. Quando vejo Danny saindo para brincar, as outras crianças o chamam por nomes para provocá-lo, porque ele só tem um olho. Eu sofro e choro, pedindo: ‘Deus me ajuda e me consola, porque não quero ver meu filho desse jeito’”, compartilha. 


Após o ataque, Danny ficou com medo de ir à igreja. “Ele dizia que ele não ia para igreja porque jogariam bombas lá. Eu expliquei que não havia bombas na igreja, a culpa não tinha sido da igreja.” Com o passar do tempo e o encorajamento da parte cristã da família, Danny voltou a frequentar os ensaios na igreja e a comer. Neema é grata a Deus por essa pequena restauração. “Eu agradeço porque Deus nos salvou. Nós não abandonamos a Deus. É claro, estamos feridos, mas seguimos em frente. Deixe os que falam, falar. Eu quero seguir em frente. Não posso deixar o meu Deus. Ele vê tudo o que carregamos”, afirma.
 


Neema foi confortada pela comunidade cristã ao enfrentar o luto pelo filho, principalmente pela família do pastor. “Eu sou confortada ao ver o pastor e sua esposa pregando a palavra de Deus para mim. Meu coração se acalma. Entretanto, quando eles saem, ainda me sinto sozinha. Fico muito triste quando estou sozinha”, disse. Neema também é confortada ao cantar. “Quando canto a música ‘O Salvador me tirou da floresta’, me sinto aliviada, como alguém que está no céu.” Outra canção que a ajuda é “A caminho do céu”. “Os responsáveis pelo ataque pensaram que nos impediriam de ir à igreja. Mas Deus luta por nós e irá nos manter. Eu não posso deixar o meu Deus! Digo ainda: ‘Que o nome de Deus seja glorificado’.”
 


Deus continua sustentando a igreja 8ª CEPAC e os cristãos em Lubiriha. Segundo o reverendo Kambale, o ataque renovou o fervor deles em seguir a Jesus. “Os cristãos estão cansados, mas, graças à ajuda de nossos irmãos e irmãs, estamos reconquistando nossas forças. A vida tem retornado e agora os cristãos entendem que a perseguição faz parte da vida cristã”, disse. Neema compartilha: “Eu louvo a Deus por ver a mão dele sobre mim. Que o nome dele seja glorificado. Eles vieram para nos exterminar, mas nossa fé não pode ser expulsa. Os que morreram, morreram. Os que viveram, viveram. Deus luta por nós, por isso não teremos nossa fé diminuída. Pelo contrário, devemos seguir em frente”, compartilha Neema.
 


Socorro para cristãos atacados 


Viver como cristão na maioria dos países da África Subsaariana é estar sujeito a ataques violentos, sequestros e até morte, principalmente de grupos extremistas como as Forças Democráticas Aliadas (ADF, da sigla em inglês). 
Com uma doação, você permite que cristãos em países da região recebam socorro imediato, cuidados pós-trauma e treinamento bíblico. 


 

Sobre nós

A Portas Abertas é uma organização cristã internacional e interdenominacional, fundada pelo Irmão André, em 1955. Hoje, atua em mais de 60 países apoiando cristãos perseguidos por causa da fé em Jesus.

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