Presidente do Paraguai recebe pastora que teve crianças seqüestradas

Portas Abertas • 5 nov 2004


O presidente do Paraguai, Nicanor Duarte Frutos, que participa nesta capital da Cúpula Presidencial do Grupo do Rio, recebeu, ontem, a pastora metodista brasileira Genilma Boehler.

Ele determinou que a polícia paraguaia encontre, em 72 horas no máximo, os filhos da pastora, Guillermo, 10 anos, e Arturo, de 6 anos, seqüestrados há nove meses pelo próprio pai e levados ao Paraguai.

Genilma Boehler fez jejum em frente ao hotel Sofitel, em Copacabana, no Rio, local de encontro da Cúpula, em protesto contra o não-cumprimento de decisão judicial do Brasil e que foi acatada no Paraguai, de Carta Rogatória que exigia a busca e apreensão de Guillermo e Arturo. Ela protocolou denúncia, ontem, na Corte Interamericana de Direitos Humanos sobre o caso.

Vigília no Colégio Americano, em Porto Alegre, e manifestação de solidariedade à pastora em frente ao Consulado do Paraguai, em São Paulo, reforçaram o pedido de Genilma Boehler.

Durante a manifestação fomos chamadas e recebidas pelo cônsul paraguaio Geronimo Narvaez Torres, que se confessou constrangido com o nosso ato celebrativo de oração e solidariedade, relatou a pastora Elena Alves Dias, da Pastoral Universitária da Universidade Metodista de São Paulo (UMESP).

Estudantes, professores, funcionários, amigos da pastora Genilma distribuíram 1.500 folhetos a transeuntes em frente ao consulado do Paraguai, na capital paulista, contando a situação de Guillermo e Arturo, e entregaram ao cônsul um abaixo-assinado com mais de 1 mil assinaturas.

A chuva atrapalhou mas não impediu a participação do Coral de Crianças da Igreja Metodista de Rudge Ramos, ao meio-dia de ontem, junto ao prédio onde funciona o consulado, localizado à rua Bandeira Paulista, 600. O bispo Adriel de Souza Maia esteve no ato ecumênico realizado às 17h no local.

Em Porto Alegre, o Colégio Americano, da rede de escolas metodistas, promove vigília, iniciada à meia-noite de ontem e que se estende até a meia-noite de hoje, em solidariedade à pastora Genilma, que também é professora no Instituto Porto Alegre (Ipa), na capital gaúcha.

Professoras passaram a ministrar aulas de Ensino Religioso, hoje, na capela da escola, junto à vigília, enfocando o caso de Guillermo e Arturo. A comunidade escolar envolveu professores, alunos, pais e amigos na coleta de assinatura para o abaixo-assinado que a pastora Genilma deverá entregar em mãos às autoridades paraguaias, no dia 14 de novembro, caso ela não receber os filhos de volta até lá.

No dia 4 de fevereiro de 2004, enquanto Genilma viajava para atividade em câmpus metodista no interior de São Paulo, seu ex-marido, o indigenista paraguaio Eri Daniel Rojas Villalba, seqüestrou as crianças e levou-as, em carro da pastora, ao Paraguai, onde ele tem irmãos que trabalham na cúpula da polícia. Genilma e as crianças moravam, na ocasião, em São Bernardo do Campo.

Desde então, Eri Villalba e as crianças estão foragidas no Paraguai. Ele tocou no que é mais sagrado para mim, meus filhos, numa atitude covarde. Não entendo suas motivações e o seu objetivo, declarou a pastora em entrevista para a ALC, concedida em agosto passado.

A polícia paraguaia, denunciou a advogada Clara Rosa Gagliardone, da ONG Kuña Aty, é cúmplice do desaparecimento das crianças. Existem provas de que Eri tem recebido proteção da Polícia Nacional do Paraguai.

O Ministério Público do Paraguai solicitou o rastreamento do telefone utilizado pelo seqüestrador, constatando o registro de chamadas, em agosto, a autoridades policiais e a evidência do seu livre trânsito pelo país.

Genilma viajou ao Paraguai, entrou em contato com autoridades locais, mas não conseguiu reaver as crianças. No dia 2 de julho, ela apresentou denúncia no Ministério Público em Assunção contra o ex-marido por violação de pátria potestade, uma vez que a mãe ficou com a guarda dos filhos.

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