Estudantes cristãs expulsas de república por causa da fé

Portas Abertas • 30 jan 2006


Conforme a agência de notícias Forum 18, quatro estudantes de medicina protestantes quase foram expulsas de seu instituto na região autônoma do Karakalpaquistão (noroeste do Uzbequistão) por causa de sua filiação religiosa. As autoridades foram adiante e as expulsaram da república em que moravam.

Em 8 de janeiro, o gabinete da reitora do Instituto Médico Pediátrico em Nukus expediu uma ordem de expulsão para as estudantes Ainur Tajikova, Aliya Sherimbetova, Shirin Artykbayeva e Sofia Mambetniyazova. Duas delas, Aliya e Shirin, já haviam sido expulsas em setembro de 2004 por serem membros de uma igreja protestante local, mas elas foram reintegradas depois de uma cobertura internacional do caso.

Entretanto, a reitora Oral Ataniyazova nega que as quatro alunas estavam para ser expulsas. Ela disse ao Forum 18: Sobre as alunas que você perguntou, posso dizer com autoridade que elas são alunas daqui e ninguém tem planos de expulsá-las. A única coisa que nos preocupa é o conhecimento dos alunos, não seus credos religiosos. Infelizmente, os estudantes que foram expulsos por sua performance ruim tentam, às vezes, interpretar isso como perseguição religiosa".

A reitora insistiu em afirmar que a expulsão de Ilkas Aldungarov - aluno do último ano, expulso em novembro de 2004 - não foi por causa de sua fé protestante. Ela declarou: Ele foi expulso por causa de sua atuação ruim, mas ele começou a contar para grupos de direitos humanos que ele havia sido mandando embora por causa de seu credo religioso".

Khalima Tajikova, a mãe de uma das alunas, afirma que sua filha e as outras três alunas cristãs seriam expulsas do instituto médico por causa de suas convicções religiosas. Mas, no final, o instituto decidiu não mandá-las embora e, em vez disso, fez com que elas deixassem a república por estarem promovendo o cristianismo entre os estudantes, ela disse.

Makset Almuratov, diretor da república do instituto médico, confirmou que as quatro alunas receberam ordens para deixar a república, mas não pôde dar uma explicação: Eu estava de férias e não ouvi nada sobre desavenças na casa dos estudantes. Se elas estavam mesmo fazendo um trabalho missionário, então, como isso é proibido sob a lei uzbeque, a administração tem o direito de negar-lhes um lugar na república.

Os alunos do Instituto Médico Pediátrico em Nukus e os da Universidade Estadual Berdah do Karakalpaquistão têm sido hostilizados por causa de seus credos, em alguns casos a pedido da polícia do Serviço de Segurança Nacional. Os incidentes incluem as ameaças de expulsão, confisco de livros, medidas compulsórias para as acomodações controladas pela universidade e expulsão por falar abertamente sobre os incidentes.
 
Enquanto isso, as autoridades locais continuam a reprimir o protestantismo no Karakalpaquistão, onde toda atividade protestante foi banida. A polícia deteve o pastor Ongar Jalimov em uma rua de Nukus, em 3 de janeiro, levando-o para a delegacia a fim de questioná-lo e libertando-o apenas na madrugada seguinte. Também confiscaram seu laptop, dizendo que iriam devolvê-lo depois que tivessem "analisado completamente.

A única atividade cristã permitida no Karakalpaquistão é a realizada na paróquia ortodoxa russa em Nukus, que começou a construir seu templo no inverno de 2005. A presença ortodoxa russa tem sido incentivada pela afluência de trabalhadores russos ligados a projetos da companhia Lukoil.

Na cidade de Termez, fronteira com o Afeganistão, a polícia está pressionando o pastor pentecostal Bakhrom Nazarov. Em 4 de janeiro, a polícia foi até a casa dele e levou seu carro, dizendo que este só será devolvido depois que ele pagar a multa imposta por suas atividades religiosas. Bakhrom tem sido perturbado freqüentemente por liderar sua congregação pentecostal.

Também se sabe que as coisas têm piorado para os protestantes de Chirchik, a 30 quilômetros ao nordeste de Tashkent. Uma igreja que tem grupos domésticos na cidade recebeu um aviso, em dezembro de 2005, para encerrar essas reuniões domésticas. Os representantes dos comitês de bairro - que gerenciam blocos de apartamentos - teriam sido usados para enviar a mensagem aos donos das casas.

Isso faz parte de um padrão de crescente opressão do Estado às minorias religiosas, verificado ultimamente.

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