Portas Abertas • 21 mai 2007
Recentemente, a Portas Abertas entregou cartas de encorajamento a Meskele Dhaba, cujo marido, o evangelista Michael, de 38 anos, foi morto no dia 11 de outubro por extremistas muçulmanos.
Michael deixou seus pais, seis filhos e a esposa grávida de dois meses, que deu à luz no último dia 13 de maio.
Meskele, as seis crianças e o bebê vivem com os pais de Michael em uma área montanhosa e remota da Etiópia. Um representante da Portas Abertas, Fikiru (pseudônimo), viajou duas horas a pé até a casa da família, para entregar as cartas.
Além das cartas de encorajamento, Fikiru também levou doces e brinquedos para as crianças. O representante da Portas Abertas foi recebido com grande entusiasmo e foi convidado a tomar chá.
As crianças ficaram fascinadas com as fotos coloridas dos cartões recebidos. Meskele ficou profundamente tocada com as cartas: "Deus ajude vocês assim como vocês me ajudaram. Muito obrigada. Agradeço pelo enorme encorajamento que vocês me deram através dessas cartas".
O sogro de Meskele, Kenea, também ficou grato: "Nós agradecemos por pensarem em nós e por escreverem cartas daí de onde vocês são".
A filha mais velha de Meskele, Miriam, de 12 anos, também agradeceu as cartas em nome da família e dos irmãos.
A situação de Meskele
"Foi animador ver que Meskele já se recuperou um pouco do trauma de ter perdido o marido. Quando a encontrei pela primeira vez, em outubro passado, ela estava em estado de choque e a tristeza estava estampada em seu rosto. Desta vez ela estava mais determinada em falar de si mesma e parece que está se ajustando e se preparando para os desafios futuros", relatou Fikiru.
"Michael e eu tínhamos planos para abrir um pequeno negócio em sociedade com alguém, mas ele foi morto antes disso e acabou deixando algumas contas pendentes. Tínhamos vendido nosso pedaço de terra, que fica próximo de onde os pais de Michael viviam, mas o dinheiro acabou não sendo usado naquilo que previmos inicialmente. Tive que pagar o funeral do Michael. Falei da minha péssima situação financeira com minha igreja e eles decidiram comprar a casa onde Michael foi morto. Isso me ajudou a recuperar a posse da terra que eu tinha vendido e pagar outras dívidas. Agora temos três hectares de terra e uma vaca para dar à luz e gerar algum sustento", disse Meskele.
Apesar de grata pela ajuda financeira recebida da igreja, Meskele e sua família continuam enfrentando muitas dificuldades para se sustentarem. Nesse momento, seus sogros, que vivem da subsistência do campo, assumiram a responsabilidade financeira por ela e pelas crianças. Meskele está dividindo um quarto com seus filhos na casa dos sogros.
A situação das crianças
Meskele contou que as crianças continuam a perguntar do paradeiro do pai. "Tento mantê-las ocupadas e as incentivo a brincar com os primos. Mas às vezes elas chegam e perguntam: Onde está meu pai? Ele volta logo?. Tento explicar que o pai morreu, mas é difícil para elas entenderem. Por favor, ore para que meus filhos esqueçam o passado e vivam sem medo."
Miriam parece ter enfrentado os desafios vividos com mais coragem. Meskele contou que desmaiou no momento em que testemunhava o ataque brutal a seu marido, enquanto a jovem implorava para os extremistas, aos prantos, pela vida do pai. Ela está triste por ter sido a única testemunha capaz de se lembrar de todos os detalhes do massacre e por estar ajudando nas investigações da polícia.
"Eles mataram meu pai por causa de sua fé. Eles berravam: "Allahu Akbar!" . Bateram na porta da frente e na porta dos fundos. Meu pai estava orando por nós e nos encorajando a não ter medo, mas eles continuaram a fazer barulho e disseram: Venham para a nossa fé," lembrou Miriam.
Minha mãe, meus irmãos e irmãs começaram a chorar. Ninguém veio nos ajudar quando eles invadiram a casa e arrastaram meu pai para fora. Quando lhe disseram para se tornar um muçulmano, ele disse: Jesus é o Senhor. Então eles golpearam a cabeça dele com um facão", contou Miriam, aos prantos.
Michael se recusou a negar a Cristo enquanto era esfaqueado. O golpe final foi no pescoço. Michael estava quase morto quando Miriam, histérica, se ajoelhou sobre ele, tentando reanimá-lo. Traumatizada, a família tentou o possível para ajudá-lo, mas ele não resistiu aos ferimentos e morreu.
Quando questionada sobre a situação de seus irmãos, Miriam diz para elas não se preocuparem, "porque Deus está conosco", mas ela não sabe se eles entendem.
As três crianças mais velhas ajudam em uma pequena escola em uma vizinhança remota, mas lá só há aulas até a quarta série. Para continuar os estudos, Miriam teve que ser transferida para outra escola, que fica a duas horas de distância. "Quero terminar a escola e quando crescer vou ajudar meus irmãos mais novos", disse Miriam.
Pedidos de oração:
Meskele deu à luz no dia 13 de maio. Ela estava com dois meses de gestação quando o marido foi assassinado. Ore pela provisão do Senhor para a chegada do bebê. Peça a bênção de Deus para a vida desta criança, que crescerá sem ter conhecido o pai.
Peça a Deus uma oportunidade para que Miriam continue os estudos sem que seja obrigada a andar por duas horas até a escola, entre arbustos e uma estrada perigosa da região montanhosa.
Ore para que Deus dê conforto e compreensão às seis crianças que perderam o pai.
Meskele não quer ser um peso para os sogros, já que ambos estão na casa dos 90 anos. Ore para que o Senhor a oriente e a proteja. E que Meskele se torne independente, a fim de que possa se mudar para uma cidade mais próxima das escolas para os filhos.
Ore por Kenea, o sogro de Meskele, e por sua recuperação diante do trauma da perda do filho. Que ele possa se livrar de todos os ressentimentos contra os assassinos do filho e entenda que tudo faz parte de um plano de Deus para sua família.
Você pode continuar enviando cartas para a família de Meskele Dhaba. Clique aqui para participar dessa campanha.
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