Portas Abertas • 26 jul 2007
A Coréia do Sul mandou ontem um enviado ao Afeganistão a fim de intensificar os esforços para libertar 22 evangélicos da Comunidade Saemmul em Bundang, ao sul de Seul, mantidos reféns pelo Talibã há uma semana. A decisão sobre o envio do representante surgiu depois que os rebeldes mataram o pastor Bae Hyung-kyu, no dia em que ele completou 42 anos.
Um porta-voz do Talibã afirmou que, apesar do esgotamento do prazo estipulado pelos militantes, por três vezes os novos prazos foram postergados sem que qualquer refém fosse executado. Ele também informou que os demais reféns continuavam vivos e passavam bem.
O último prazo, segundo os extremistas, é às 7h30 desta sexta-feira, (04h30 no horário de Brasília), mas tudo indica que poderá ser prorrogado até o final do dia.
Diversas organizações mundiais criticaram o envio dos missionários, alegando “uma exposição desnecessária”, num país conhecido por arregimentar militantes e extremistas islâmicos.
Os sul-coreanos que costumam fazer esse tipo de viagem defendem a iniciativa, alegando que aquele povo, incluindo os extremistas islâmicos, tem o direito de aprender sobre o amor de Cristo.
Além disso, eles lembram que há risco de morte para qualquer um que viver em Cristo e que “quem quer achar a vida, perde-la á”.
A Coréia do Sul é o segundo país, atrás dos Estados Unidos, a enviar missionários ao exterior. Estima-se que eles estejam engajados ao redor do mundo em 12 mil projetos distribuídos em 160 países, segundo informações da “Voz da América”.
Boa vontade
"Eles estão em segurança e vivos", disse à "Reuters" por meio de um telefonema Qari Mohammad Yousuf, porta-voz do Talibã. O governo afegão, segundo ele, "nos deu esperanças de que a questão venha a ser resolvida pacificamente".
O governo sul-coreano mandou ao Afeganistão seu principal assessor da área de segurança nacional, Baek Jong-chun, que deve desembarcar no país na sexta-feira, o que significaria que o Talibã pode esperar até ao menos esse dia a fim de avaliar as propostas da Coréia do Sul, caso o assessor leve efetivamente alguma proposta.
Os 23 reféns, entre os quais 18 mulheres, foram tirados de dentro de um ônibus na semana passada, na Província de Ghanzi (leia mais). "Manter mulheres como reféns é algo que nunca aconteceu na história do Afeganistão", afirmou o governador de Ghanzi, Mirajuddin Pathan.
Inicialmente, o Talibã havia pedido a retirada dos 200 militares sul-coreanos do Afeganistão. Mas o país asiático pretende realizar essa manobra de toda forma, no final do ano.
(Texto reúne informações das agências Reuters , ANS e AFP)
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