Igreja evangélica é proibida de utilizar a palavra "Alá"

Portas Abertas • 21 nov 2008


A Sidang Injil Borneo (Igreja Evangélica de Borneo – SIB) entrou com uma ação contra a proibição de utilizar a palavra “Alá” em suas publicações.

O caso começou em agosto passado. No dia 15, três caixas contendo publicações produzidas na Indonésia pela SIB foram enviadas para a Malásia para distribuição em escolas dominicais. Quando chegaram à cidade de Sepang, foram confiscadas pelo Ministério de Segurança.

Um mês depois, o pastor da SIB, Jerry Dusing, recebeu uma carta do Ministério, dizendo que publicações cristãs contendo a palavra “Alá” não poderiam ser distribuídas no país. Entre os motivos dados para a proibição, a carta dizia que “as publicações podem criar confusão e controvérsias na sociedade malásia.”

Em resposta, a SIB mencionou que o primeiro-ministro, Mahathir bin Mohamad, do governo anterior, havia permitido o uso da palavra em publicações cristãs. A troca de correspondências entre a SIB e o Ministério de Segurança suscitou uma controvérsia e o chefe do ISM alegou que a proibição do uso da palavra “Alá” em publicações cristãs foi retomada. A única exceção é para a Bíblia e para o uso do termo em celebrações religiosas.

O confisco de revistas publicadas pelo SIB não é o primeiro caso. Em dezembro de 2007, o ISM censurou revistas pela mesma razão, mas as liberou no final de janeiro. Algo parecido aconteceu com a comunidade católica, no mesmo mês, com a proibição do uso de “Alá” nos jornais semanais da arquidiocese de Kuala Lumpur (leia mais)

Na Malásia, quase 50% da população é muçulmana, aproximadamente 8% é cristã. Há comunidades hindus e budistas, e estima-se que mais de 20% dos habitantes praticam religiões de tradição chinesa.

Há dois sistemas judiciais paralelos no país: um federal-civil, regulado pela Constituição, e um religioso-judicial, que se aplica apenas a muçulmanos e é regulado pela lei sharia. Na confusão gerada por este paralelismo, há muita descriminação contra religiões diferentes do islamismo. Há casos freqüentes de conversões forçadas e proibições como no caso da SIB e da igreja católica de Kuala Lumpur.

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