Portas Abertas • 11 dez 2017
Dois líderes de tribos foram mortos no dia 3 de dezembro no estado de Adamawa, no nordeste da Nigéria. Dabang Kayako, da aldeia de Dong, e Ferdinand Boro, de Lawuro, foram mortos por pastores de cabras fulani. Além dos assassinatos, eles também atearam fogo em casas, igrejas e propriedades, e destruíram tudo que encontravam pela frente. Há relatos de que meninas de 12 a 14 anos foram violentadas pelos pastores de cabras.
Pelo menos seis vilarejos foram totalmente destruídos, mais de 50 pessoas foram mortas, e milhares ficaram desabrigadas. Muitos fugiram, e estão deslocados, enquanto outros estão desaparecidos. O governo enviou 400 policiais e também soldados do exército para a área. “Eu os vi matando pessoas e queimando casas com satisfação no rosto. Numan e seus arredores pertencem a nós. Se o governo não pode nos proteger, nós mesmos temos que proteger nossa terra, nossa herança, o território dos nossos ancestrais. Isso é tudo o que temos para deixar para nossos filhos”, testemunha Pwanedo Justin, que fugiu do seu vilarejo na ocasião do ataque.
Tudo indica que o recente incidente foi uma reação ao massacre de 60 mulheres e crianças fulani de três vilarejos em Numan no dia 19 de novembro. Como havia rumores de um contra-ataque por parte dos fulani, policiais foram enviados a um dos subúrbios de Numan para garantir a segurança. Mas seis deles foram brutalmente assassinados.
Um dos residentes da região atacada diz que eles “estavam fortemente armados. Não sabemos como eles conseguem esse armamento pesado”. Um contato confirmou que um helicóptero militar foi visto dando cobertura para os pastores de cabras fulani. Também há relatos de que esse mesmo helicóptero disparou bombas que mataram muitos civis. A Força Aérea Nigeriana diz que helicópteros foram enviados, mas que apenas dispararam “tiros de aviso”, não para matar.
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