Portas Abertas • 5 abr 2022
De acordo com a cristã russa, eles são contra a guerra e oram para que Deus intervenha e acabe com a violência
É possível cristãos amarem quando há apenas ódio por todos os lados? Essa é a realidade dos cristãos que vivem na Rússia. Entre eles, está Olya (pseudônimo), uma cristã que compartilhou seu ponto de vista quanto à guerra contra a Ucrânia. Durante a conversa, ela falou sobre si mesma, sua família e igreja em meio à difícil realidade atual. Confira a primeira parte da nossa conversa com ela.
Portas Abertas: Olya, como você vê a situação da guerra entre Rússia e Ucrânia? Como você se sente como cristã?
Inicialmente, eu e minha família não acreditamos que isso fosse verdade. Parecia tão louco e impossível! Com certeza, nós somos contra a guerra e oramos para que Deus intervenha e acabe com a violência. É muito difícil aceitar que nosso país começou a guerra e está “destruindo a casa de alguém”. Outra coisa difícil de aceitar é como isso pode ter consequências severas em todo o mundo.
A primeira semana foi muito difícil pra mim, eu chorava todos os dias ao saber da situação por meio da mídia e das redes sociais. Eles falavam sobre a violência, o sofrimento dos ucranianos, os refugiados e os mortos. Também ouvi que cristãos e igrejas estão sofrendo com a guerra. Isso me fez chorar, sofrer e orar constantemente. Eu não conseguia encontrar paz.
Portas Abertas: Como você e os outros cristãos reagiram? O que fizeram?
Organizamos orações em nossas igrejas e fizemos correntes de oração. Grupos de membros da igreja oraram dia e noite e muitos jejuaram. Não podemos impedir a guerra, nem fazer com que sejamos ouvidos. Não podemos organizar uma revolta contra nosso presidente e governo, afinal, como cristãos, temos que abençoá-los mesmo sendo contra o que fazem. Cremos que há outra forma, uma maneira diplomática de se chegar a um acordo.
Além disso, em nossa igreja, arrecadamos recursos para cristãos ucranianos e os enviamos por meio de um membro da igreja que tinha parentes daquele lado. A igreja ficou muito grata, afinal tem várias pessoas deficientes. Eles compartilharam que o recurso chegou no tempo certo e, com ele, fizeram compras para membros da igreja. Ainda planejamos arrecadar mais recursos, mas no momento não temos como transferir, afinal a fronteira está fechada. Oramos para que haja oportunidade para fazer a transferência.
Para saber mais sobre as dificuldades enfrentadas por Olya e outros cristãos russos em meio ao conflito com a Ucrânia, leia a notícia que será publicada na quinta-feira, dia 7. Além disso, convidamos você a orar pela situação.
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