Portas Abertas • 23 mai 2020
A rede terrorista Al-Qaeda teve origem no Afeganistão, mas tem ligações com grupos radicais no Oriente Médio e outros países (imagem representativa)
A Al-Qaeda é uma rede terrorista global fundada por Osama bin Laden e foi responsável por milhares de mortes no ataque de 11 de setembro de 2001 e outros diversos ataques mortais ao redor do mundo.
Antes do 11 de setembro, muitas pessoas sabiam pouco sobre a Al-Qaeda ou seu fundador, Osama bin Laden. Mas as raízes da rede militante islâmica, cujo nome em árabe significa “A Base”, data do final dos anos 1970 e da invasão da União Soviética no Afeganistão.
Desde que declarou uma guerra santa aos Estados Unidos, judeus e seus aliados, a Al-Qaeda se responsabilizou por cerca de 3 mil mortes no 11 de setembro e numerosas outras ofensivas ao redor do mundo. A rede terrorista global tem ligações com grupos radicais no Oriente Médio e outros países.
De acordo com o canal History, durante a Guerra do Afeganistão, entre 1979 e 1989, quando a União Soviética apoiou o governo comunista afegão, insurgentes muçulmanos, conhecidos como muhjahidin, se reuniram para lutar a jihad (guerra santa) contra os invasores. Entre eles, estava um saudita, o 17º filho de 52 de um magnata milionário da construção, chamado Osama bin Laden, que apoiou os mujahidin com dinheiro, armas e combatentes.
Junto com Abdullah Azzam, um estudioso e pregador islâmico sunita palestino, que também era mentor de Bin Laden, eles começaram a expandir uma ampla rede de financiamento. Quando os soviéticos se retiraram do Afeganistão em 1989, a Al-Qaeda foi criada para enfrentar futuras guerras santas. Para Bin Laden, essa era uma luta que ele queria assumir globalmente.
Azzam, por outro lado, queria focar os esforços em tornar o Afeganistão em um governo islâmico. Quando ele foi assassinado em um carro-bomba no Paquistão, em 1989, bin Laden foi promovido a líder do grupo.
Exilado pelo regime saudita, e depois destituído de sua cidadania em 1994, bin Laden deixou o Afeganistão e estabeleceu operações no Sudão, com os Estados Unidos em sua mira como inimigo número 1. A Al-Qaeda tomou crédito pelo ataque de dois helicópteros Black Hawk durante a Batalha de Mogadíscio na Somália, em 1993, assim como do bombardeio ao World Trade Center em Nova York, em 1993, e um carro-bomba em 1995 que destruiu uma base militar norte-americana construída na Arábia Saudita. Em 1998, o grupo alegou a responsabilidade pelos ataques às embaixadas norte-americanas no Quênia e na Tanzânia e, em 2000, pelos atentados suicidas contra o navio de guerra USS Cole no Iêmen, no qual 17 marinheiros norte-americanos foram mortos e 39 feridos.
Expulso do Sudão em 1996, bin Laden voltou para o Afeganistão sob a proteção do Talibã, onde garantiu treinamento para milhares de insurgentes muçulmanos. No mesmo ano, anunciou a fátua, pronunciamento legal no islamismo emitido por um especialista em lei religiosa, contra os Estados Unidos: “Declaração de guerra contra os norte-americanos que ocupam o território de duas terras santas”, com uma segunda declaração de fátua emitida em 1998, citando protestos contra os Estados Unidos, Israel e outros aliados.
A ação de grupos extremistas no Afeganistão levou a uma crise de deslocados internos e refugiados
“Os Estados Unidos hoje, como resultado de uma atmosfera arrogante, estabeleceram um critério duplo, chamando qualquer um que vá contra eles injustamente de terrorista. Eles querem ocupar nossos países, roubar nossos recursos, impor agentes para nos governarem e querem que concordemos com isso tudo”, disse bin Laden em 1997 em uma entrevista com a CNN.
De acordo com o Conselho de Relações Exteriores norte-americano, a oposição violenta aos Estados Unidos pela rede terrorista resultou do apoio de governos “infiéis”, incluindo Israel, Arábia Saudita e Egito, junto com as Nações Unidas, e o envolvimento dos norte-americanos em 1991 na Guerra do Golfo e na missão Operation Restore Hope em 1992 e 1993 na Somália.
“Em particular, a Al-Qaeda se opôs à contínua presença das forças militares norte-americanas na Arábia Saudita (e qualquer outro lugar na Península Arábica) após a Guerra do Golfo”, relata o Conselho, acrescentando que “a Al-Qaeda se opôs ao governo dos Estados Unidos por causa da detenção, condenação e aprisionamento de pessoas pentencentes à Al-Qaeda ou a seus grupos terroristas afiliados ou aqueles com quem trabalharam. Por essas e outras razões, bin Laden declarou uma jihad, ou guerra santa, contra os Estados Unidos, que conduziu por meio da Al-Qaeda e de suas organizações afiliadas”.
Após o 11 de setembro de 2001, quando quatro aviões comerciais foram sequestrados por terroristas da Al-Qaeda, resultando no assassinato em massa de 2.977 vítimas em Nova York, Washington D.C., e no Condado de Somerset, na Pensilvânia, bin Laden foi nomeado como o orquestrador e principal suspeito.
Os ataques levaram à Guerra do Afeganistão norte-americana, mais conhecida como Operação Liberdade Duradoura, lançada em 7 de outubro de 2001, tirando o Talibã, protetor de bin Laden, do poder, embora a guerra tenha continuado. Bin Laden foi forçado a se esconder, já que havia uma recompensa, emitida pelo FBI, de 25 milhões de dólares por sua cabeça. Bin Laden escapou das autoridades até 2 de maio de 2011, quando uma operação secreta de um grupo de elite da Marinha norte-americana, atirou e matou o líder terrorista em um complexo privado em Abbottabad, no Paquistão.
E quando a Al-Qaeda foi enfraquecida, o grupo começou uma “reconstrução silenciosa” após a instabilidade no despertar da Primavera Árabe, de acordo com o Conselho de Relações Exteriores norte-americano. “Parece que a Al-Qaeda estava entre as forças regionais que beneficiaram a maioria dos tumultos da Primavera Árabe, em 2011. Sete anos depois, Ayman al-Zawahiri emergiu como um líder poderoso, com uma visão estratégica que implementou sistematicamente. Forças leais à Al-Qaeda e seus afiliados agora chegam a dezenas de milhares”, especialistas não partidários relatam.
Outros grupos jihadistas, incluindo o Talibã e o Estado Islâmico também permanecem ativos na luta contra os Estados Unidos e a cultura ocidental.
Parte da nova estratégia tem sido construir alianças locais e promover uma rede de afiliados ou “braços” na África, Oriente Médio e Sul da Ásia. Diferente do Estado Islâmico, a Al-Qaeda tenta persuadir as populações locais apresentando um discurso mais equilibrado do islamismo e de como pode beneficiar a sociedade se for aplicado.
Em 2013, a Al-Qaeda emitiu “orientações gerais para jihad”, que falam sobre uma abordagem mais contida e baseada na comunidade.
“A Al-Qaeda é especialista em identificar preocupações locais, como corrupção e marginalização, e transformá-las em sua agenda da jihad global”, de acordo com Elisabeth Kendall, pesquisadora sênior em Pembroke College, em Oxford.
“Deste modo, os atos como um ‘salvador’ local e o posicionamento como ‘bons moços da jihad’ são opostos aos tipos brutais do Estado Islâmico”, ela disse. A Al-Qaeda tem constantemente aumentado os ataques por meio de diversos braços e afiliados.
A Al-Qaeda age em vários países do Oriente Médio e Ásia
Em 2018, o grupo extremista conduziu um total de 316 ataques ao redor do mundo, de acordo com dados coletados pelo Projeto de Localização de Conflitos Armados e Dados de Eventos norte-americano.
O último principal ataque em país ocidental foi o massacre do Charlie Hebdo em Paris, em janeiro de 2016, em que 12 pessoas morreram. O ataque foi conduzido pela Al-Qaeda na Península Arábica.
Mas os afiliados do grupo são muito ativos em outras partes do mundo, conduzindo ataques mortais.
O plano dos militantes islâmicos da Al-Qaeda é realizar a jihad, na luta contra os Estados Unidos e tudo aquilo que vai contra a fé islâmica, o que inclui o cristianismo. Para isso, se necessário, lutariam essa guerra santa no próprio país. Exemplos disso são vistos em ataques tanto da Al-Qaeda quanto de “braços” e afiliados.
Uma acusação oficial contra 11 supostos militantes da Al-Qaeda apresentaram planos terroristas para atacar as igrejas em Ancara, na Turquia. Entre o material apreendido pela polícia havia CDs, mapas detalhados, desenhos e diagramas de construção. A polícia também encontrou listas de nomes e endereços residenciais de cristãos e outros funcionários que trabalhavam em uma igreja na capital.
Cerca de 15 mil palestinos ainda estão no campo de refugiados Nahr el Bared, que abriga um total de 40 mil pessoas
Outro grupo, que afirmou ser ligado à rede terrorista da Al-Qaeda, ameaçou bombardear o Líbano e atacar cristãos libaneses caso Beirute continuasse a cercar o campo de refugiados palestinos de Nahr el Bared, onde o Exército confrontava, há dias, radicais islâmicos do movimento Fatah al Islam. Na época, o grupo afirmou que nenhum cristão estaria seguro no Líbano depois disso. Ainda no Líbano, um tribunal acusou 31 supostos membros da Al-Qaeda de planejar um ataque contra uma igreja em Zahle e outros lugares cristãos na mesma cidade, a leste de Beirute. Fontes disseram que a célula da Al-Qaeda no Líbano era dirigida por um saudita e um sírio. A base era na aldeia de Bar Elias, no vale de Bekaa, no leste do país, onde o grupo preparava atentados com carros-bomba.
No Iraque, um cristão foi sequestrado, torturado e assassinado pela Al-Qaeda. A informação é que os criminosos pressionaram a empresa em que o cristão trabalhava para despedi-lo, por causa da crença em Cristo. O corpo do cristão, Ashur Issa Yaqub, foi encontrado com marcas de tortura e mutilação. Ele trabalhava em construção civil na cidade de Kirkuk e membros da Al-Qaeda tinham exigido 100 mil dólares pela libertação. Yaqub tinha 29 anos e deixou mulher e três filhos.
Entrar no Afeganistão, principal país onde atua a Al-Qaeda, com o evangelho é muito difícil. Uma igreja secreta existe no país, mas ninguém sabe exatamente o tamanho. Mesmo assim, Deus tem usado sua palavra para transformar pessoas e trazê-las para mais perto dele. Receber o alimento espiritual tem fortalecido esses irmãos e irmãs. Sua doação pode fazer com que mais pessoas conheçam o amor de Cristo e tenham suas vidas transformadas.
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