Pastor colombiano e família são mortos após culto

[Atualizado em 2/1/2025 às 17h] 

Homens armados em uma motocicleta atiraram repetidamente contra a família do pastor Marlon Lora, de 43 anos, na Colômbia. Segundo a organização Christian Solidarity Worldwide (CSW), o pastor, a esposa Yorley Rincon e a filha Ángela, de 40 e 24 anos respectivamente, morreram instantaneamente.  

O filho mais novo do pastor, Santiago, de 21 anos, foi levado ao hospital gravemente ferido, mas no dia 31 de dezembro veio a falecer. O ataque ocorreu a poucos metros da delegacia de polícia nacional em Aguachica, no Departamento de Cesar, o que permitiu uma resposta rápida das autoridades. 

O pastor Marlon Lora e sua esposa lideravam a Igreja Príncipe da Paz Villaparaguay, parte da denominação Igrejas Bíblicas Missionárias (IBM) na Colômbia. Ele tinha um papel de liderança supervisionando 35 igrejas urbanas e rurais em Aguachica, Pelaya, San Alberto, San Martin e outras regiões em Santander, viajando frequentemente para apoiar essas congregações. 

O pastor Giovanni Bermúdez, que supervisionava o trabalho do casal, disse à organização CSW que o pastor Lora havia expressado preocupações sobre ameaças a outro pastor, embora não tenha fornecido detalhes. “Marlon era como muitos de nós, pastores. Ficamos calados sobre muitas coisas para que tudo corra bem, mesmo enquanto carregamos fardos pesados por dentro”, afirma o pastor.  

Pressão crescente sobre pastores 

Também em entrevista à CSW, o pastor Divanit Alfonso Calle, presidente da Associação de Pastores de Aguachica, destacou que o pastor Lora e sua família eram muito queridos pela comunidade cristã no município. Os filhos do casal eram ativos na igreja local e levavam vidas comuns. A filha, Ángela, trabalhava como profissional de Comunicação e Jornalismo para a empresa de serviços públicos de Aguachica, enquanto o filho, Santiago, é estudante de Engenharia de Sistemas. 

A Defensoria Pública da Colômbia alertou sobre uma tendência preocupante de aumento das violações da liberdade religiosa que visam líderes religiosos. Segundo a instituição, entre janeiro e setembro de 2024, os incidentes que infringem o direito à liberdade de religião ou crença aumentaram 31%, passando de 13 casos em 2023 para 17 em 2024. Especificamente, as ameaças de morte tiveram um aumento de 50%, de quatro casos em 2023 para oito em 2024. 

O assassinato do pastor Marlon Lora e sua família não é um caso isolado. Em 13 de novembro de 2024, os irmãos Ever e Gerson García Vélez, membros ativos de uma comunidade de fé no Valle del Cauca, foram assassinados por três homens em sua própria fazenda. Em 11 de novembro, o pastor evangélico Salvador Zapateiro Mercado foi morto em circunstâncias suspeitas e inexplicáveis em Cartagena enquanto assistia a uma partida de futebol em um comércio local.  

Em 14 de agosto, a casa do casal pastoral Rodian Rodriguez e Kelly Medina foi incendiada por vizinhos irritados com as reuniões religiosas que realizavam fora da residência. A equipe de pesquisa da Portas Abertas na Colômbia também está averiguando a situação da comunidade cristã no país.