Portas Abertas • 11 mai 2018
No fim dos anos 80, igreja se reúne em oração em Henan, na China
As medidas repressivas adotadas pelo governo de Pequim contra igrejas católicas e protestantes se intensificaram nas últimas semanas, de acordo com o site cristão de notícias UCA News. O site informou que igrejas foram “demolidas e vasculhadas, e Bíblias e material cristão foram confiscados” na província de Henan.
Fontes não identificadas ligam a repressão às igrejas com a posse do novo secretário do Partido Comunista, Wang Guosheng, em meados de março. “Ele disse que em um ano vai limpar a província” de igrejas não registradas, disse uma fonte. Wang, de 62 anos, subiu ao poder depois que o governo percebeu o crescimento de igrejas domésticas em Henan.
Sob o governo do presidente Xi Jinping, a China tem procurado aumentar o controle sobre assuntos e práticas religiosas. Fontes locais disseram à Portas Abertas que as restrições religiosas são geralmente mais rígidas em Henan. Duas semanas atrás, uma igreja não registrada no sul da província foi interditada pelo governo. O líder da igreja era registrado. Um vídeo postado na Internet mostra alguém tentando abrir o portão de entrada da igreja, enquanto outros discutiam com o policial que trancou o portão.
Perseguidos de todos os lados
Na capital da província, Zhengzhou, funcionários do governo estão guardando a entrada de igrejas desde a Páscoa. O objetivo é certificar-se de que menores de 18 não entrem, seguindo o novo regulamento religioso que proíbe educação religiosa para as crianças. Na cidade de Anyang, ao norte de Henan, oficiais barraram a entrada de crianças em uma catedral colocando uma placa na entrada dizendo: “Menores não devem entrar na igreja”.
Enquanto isso, uma figura chave no movimento de igrejas domésticas da China, o pastor John Cao, foi condenado a sete anos de prisão por “levar pessoas a atravessar a fronteira ilegalmente”. Cao, próximo dos 60 anos, é um cidadão chinês com visto de permanência nos Estados Unidos. Ele foi preso quando voltava de uma viagem a Mianmar, onde levava ajuda humanitária a grupos minoritários nas montanhas, disse seu filho. Ele disse ainda que há três anos as autoridades sabiam que seu pai cruzava a fronteira com Mianmar regularmente, sempre levando voluntários dos seminários bíblicos que ele tinha ajudado a construir na China.
“Eu suspeito [que a prisão e condenação] tenham a ver com esforços em nível nacional para parar o crescimento do movimento protestante na China hoje”, diz Xi Lian, um especialista em cristianismo chinês da Universidade de Duke (que é americana, mas tem um campus na China).
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