Portas Abertas • 3 out 2022
As autoridades iranianas alegam que a jovem morreu por problemas de saúde (foto representativa)
“Queria ver minha filha mais uma vez, mas não deixaram”, disse o pai da jovem morta após ser presa pela polícia da moral iraniana. A jovem Mahsa (Zina) Amini, de 22 anos, foi presa no dia 13 de setembro por não usar corretamente o hijab, véu que cobre a cabeça das mulheres, obrigatório no Irã. Três dias depois, Mahsa estava morta.
Apesar da garantia de não ter problemas de saúde prévios e da proibição de a família ver a autópsia, autoridades iranianas alegaram que a jovem teve complicações de saúde fatais, negaram a responsabilidade pela execução e proibiram o uso de redes sociais no país. O caso gerou inúmeros protestos em várias partes do Irã, segundo o portal de notícias BBC.
Duas semanas depois da morte da jovem Mahsa, os protestos continuam no Irã. Aproximadamente 133 pessoas morreram nas manifestações e outras 13 foram assassinadas por drones na fronteira com o Iraque como retaliação aos protestos. Cristãos de diferentes denominações se uniram e se mobilizaram para levar sanduíches para os manifestantes que dormen na rua e socorrer os que foram feridos.
Mahsa estava visitando a família durante as férias e foi detida em uma estação de metrô por violar os costumes islâmicos. A lei que determina o uso do hijab é considerada uma violação religiosa, étnica e cultural pela comunidade internacional e é apenas uma entre outras leis discriminatórias no país, que afetam todos, sobretudo as minorias, como os cristãos, segundo o portal de notícias Article 18.
O conselho de igrejas no Irã, a organização Article 18 e o Centro Teológico Pars se mobilizaram como comunidade cristã em solidariedade à família de Mahsa. O Irã, que ocupa o 9º lugar na Lista Mundial da Perseguição (LMP) 2022, é conhecido pelo extremismo religioso que oprime as mulheres e viola diversos direitos humanos. Além de Mahsa, outras vítimas foram sentenciadas à morte pelo regime islâmico no Irã nos últimos 43 anos por motivos semelhantes.
Apesar da crise, os cristãos iranianos contaram aos parceiros locais da Portas Aberta que estão animados, pois, pela primeira vez, o povo iraniano, de diferentes denominações e minorias, está unido contra as violações dos direitos humanos.
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