Portas Abertas • 26 jan 2023
Na Índia, os extremistas hindus acreditam que indianos devem seguir o hinduísmo
Hoje é o Dia da República da Índia, o segundo país mais populoso do mundo, ficando atrás somente da China. O Dia da República foi criado para comemorar a entrada em vigor de sua Constituição em todo o território indiano, em 26 de janeiro de 1950. A data deveria ser de comemoração, mas os seguidores de Jesus na Índia não têm motivos para celebrar.
Lá, os extremistas hindus acreditam que todos os indianos devem seguir o hinduísmo. Para eles, não devem existir cristãos na Índia, e eles utilizam da violência para atingir esse objetivo. O foco no hinduísmo gera intolerância e hostilidade a quem tiver uma fé diferente da que é imposta pelos nacionalistas hindus.
Todos os cristãos são acusados de seguir uma fé estrangeira, ou seja, diferente da religião oficial do país. E, por isso, são culpados pelos acontecimentos ruins, que eles denominam de má sorte, que atinge as comunidades. Cristãos vivem sob pressão para se reconverterem; caso contrário, são boicotados pela comunidade. Os cristãos ex-hindus são os mais vulneráveis.
Desde que a Índia passou a ser governada pelo partido radical hindu Bharatiya Janata Party (BJP), sob a liderança do primeiro-ministro Narendra Modi, a população com crenças diferentes da hindu enfrenta duras consequências. Além de pressão e violência, essas pessoas são tratadas com pouco caso pelas autoridades e recebem tratamento diferente quando precisam acessar algum serviço público, isso acontece até mesmo nos hospitais. Durante a pandemia de COVID-19, isso ficou mais eveidente.
Em maio de 2021, centenas de cadáveres foram encontrados nas margens de rios no Norte da Índia. Os aldeões disseram que o medo do coronavírus e a falta de fundos para cremar eram prováveis razões para as famílias abandonarem os corpos. Esses corpos descobertos perto do Ganges nos estados de Uttar Pradesh e Bihar podem indicar que muitas mortes foram subnotificadas e que essas pessoas não receberam o atendimento adequado. De acordo com o relatório Matters India de 2 de junho de 2021, estima-se que 1,21 milhão de indianos morreram de causas relacionadas à COVID-19.
Crimes de honra, ataques com ácido, agressão de multidões, execuções e outros tipos de violência acontecem regularmente em todo o país. Os cristãos são frequentemente vítimas dessas ações.
Outro grande problema para os cristãos na Índia é a presença dos maoístas, também conhecidos como naxalitas. Eles são comunistas remanescentes da Guerra Fria e se concentram nas regiões mais pobres do país. São regiões de difícil controle, como as selvas de Andhra Pradesh, Bihar, Chhattisgarh, Jharkhand, Kerala, Maharashtra, Odisha e Telangana. Os seguidores de Jesus que vivem em áreas sob controle naxalita são constantemente monitorados e não podem praticar a fé abertamente. Se eles se recusarem a seguir todos os comandos, os naxalitas os escolherão como exemplo durante uma reunião especial na aldeia. Além de serem agredidos, podem ser executados em público.
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