Portas Abertas • 19 set 2018
Desde que o conflito começou no nordeste do país, o Boko Haram já sequestrou milhares de mulheres
O Boko Haram matou uma parteira e ameaçou matar três outros reféns, incluindo a estudante cristã, Leah Sharibu, a menos que as autoridades nigerianas cumpram suas demandas. Saifura Hussaini Ahmed Khorsa, de 25 anos, que trabalhava como parteira no Comitê Internacional da Cruz Vermelha, foi raptada em 1º de março com outras duas colegas da área da saúde, quando militantes atacaram a cidade de Rann, perto da fronteira com Camarões.
De acordo com o jornal local The Cable, os insurgentes alegaram entrar em contato com o governo sobre os cativos, mas não tiveram nenhuma resposta. “Entramos em contato por meio de cartas e mensagens de áudio, mas o governo nos ignorou. Então aqui está uma mensagem de sangue”, disse o porta-voz do grupo. Outra parteira e uma enfermeira serão executadas de maneira parecida em um mês, incluindo Leah Sharibu”, acrescentou. Nos últimos meses, os responsáveis pelos sequestros têm emitido diversas mensagens com objetivo de colocar pressão nas autoridades.
Em uma declaração, o chefe da delegação do Comitê na Nigéria, Eloi Fillion, disse estar devastado com a morte da parteira, já que ela se mudou para Rann apenas para ajudar quem precisa. Ele também pediu para que as outras duas profissionais de saúde, Hauwa Mohammed Liam e Alice Loksha Ngaddah, sejam soltas.
Na época do sequestro, as três trabalhadoras da saúde estavam garantindo o cuidado pré-natal essencial para as comunidades em Rann, cuja população mais que dobrou depois da chegada de pessoas fugindo da violência. Essa insurgência do Boko Haram já assumiu mais de 20 mil mortes e desabrigou mais de dois milhões de pessoas. A resposta internacional em Rann é continuar provendo assistência vital – incluindo comida, água limpa, abrigo e cuidados médicos – para mais de 60 mil deslocados internos e milhões no nordeste do país. A ONU descreve a crise humanitária no nordeste da Nigéria como uma das piores atualmente no mundo, com 7,7 milhões de pessoas que precisam de assistência humanitária.
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