Portas Abertas • 2 jul 2022
Influência de ativistas anticristãos pode comprometer direitos dos cristãos
Há grande preocupação com o futuro do Sudão. A junta militar que governa o país desde o golpe de 2021 não conseguiu manter a ordem pública e tem se envolvido com o ex-ditador, Omar al-Bashir, para consolidar o poder, ameaçando cristãos. Bashir foi deposto por manifestações civis em abril de 2019 e é conhecido pela intenção de erradicar os cristãos do Sudão.
Depois da queda de Bashir, formou-se um governo civil provisório por um curto período, que conquistou alguns avanços no Sudão. O governo provisório contribuiui para a restauração das relações internacionais e desfez alguns dos danos causados durante a gestão de al-Bashir e pelo partido que o apoiava, o Partido do Congresso Nacional (NCP, da sigla em inglês).
No entanto, em outubro de 2021, Gen Abdel-Fattah Burhan liderou um golpe e tomou o poder com a junta militar, desfazendo o governo provisório. Burhan e a junta militar assumiram o comando do país. Eles tiraram da prisão líderes associados ao ex-ditador Bashir e atribuíram cargos importantes da Inteligência e Administração do governo atual para antigos membros do NCP, que são conhecidos como violadores de direitos humanos e apoiadores do Estado Islâmico. Muitos sudaneses também temem que em breve Burham liberte Bashir da cadeia.
Nos estados de Darfur Ocidental e Cordofão do Sul, a violência já tomou mais de 140 vidas este mês e feriu mais de 180 vítimas. A violência põe em xeque a decisão do Conselho de Segurança da ONU em 2021 de desfazer o envio de forças pacificadoras da União Africana na região.
Amin Hassan Umar, ex-ministro da Informação, deu uma entrevista recentemente alegando que o movimento islâmico tem 500.000 soldados prontos para defender o Sudão de qualquer ameaça. O número ainda não foi confirmado oficialmente, mas se for real, essas forças superam o Rapid Support Forces (RFS, da sigla em inglês), grupo paramilitar composto pela milícia Janjaweed, acusado de espalhar atrocidades no conflito de Darfur, segundo a BBC.
Desde 2021, a missão da ONU no Sudão (UNITAMS, da sigla em inglês) tentou firmar um acordo com o país em crise. Em janeiro de 2022, propôs um diálogo com os militares e partidos políticos, e recentemente combinou esforços para negociação através das associações intergovernamentais do Oeste Africano. Ativistas sudaneses e alguns partidos políticos criticaram os esforços para mediação, pois legitimam o golpe e permitem que a junta militar dite as regras. O Assistente do Secretário de Estado para Assuntos Africanos, Molly Phee, pressionou os líderes militares para restaurar o governo civil para a recuperação econômica do Sudão.
“A situação é preocupante. O governo provisório de 2020 fez grandes progressos ao reconhecer os direitos humanos das minorias religiosas. Apesar dos avanços, há muito a ser feito para assegurar o respeito desses direitos na sociedade. Estamos muito preocupados com o reestabelecimento e o crescimento da influência islâmica no governo atual e o retrocesso no respeito aos direitos humanos que eles têm encaminhado”, disse o coordenador da Portas Abertas no Sudão.
“A comunidade internacional deve permanecer diligente em responsabilizar a junta militar pela tomada ilegítima de poder e pelos abusos dos direitos humanos que eles têm permitido desde o golpe. Convidamos a comunidade cristã internacional a permanecer em oração por nossos irmãos e irmãs no Sudão”, concluiu.
Pedidos de oração
© 2024 Todos os direitos reservados