Portas Abertas • 19 mai 2022
A ação é parte da retaliação pela morte do antigo líder do grupo extremista
O vídeo transmitido em 10 de maio no canal de notícias Amaq mostra membros do Estado Islâmico da Província da África Ocidental (ISWAP, da sigla em inglês) executando 20 reféns na Nigéria. Segundo o site de notícias BBC, as execuções são retaliações pela morte do antigo líder do grupo e de um outro representante do Estado Islâmico.
No começo do vídeo, quatro reféns aparecem no chão e um dos militantes ameaça: “Cristãos ao redor do mundo. Os jihadistas continuarão lutando até o fim dos tempos”. Outro atirador diz: “Nós não descansaremos até vingar nossos irmãos contra os cristãos de todo o mundo” e fuzila onze cristãos. Por fim, os últimos cinco homens são executados sem outras declarações.
“Não há palavras para descrever o horror e a angústia que as famílias desses homens devem estar vivendo”, disse um representante da Portas Abertas na África Subsaariana. “Enquanto o ISWAP pretende semear o medo com esses vídeos, cristãos do mundo inteiro deveriam admirar o testemunho dos cristãos que mantiveram a fé mesmo diante da execução”, disse outra representante da Portas Abertas na África Subsaariana.
“A disseminação da influente violência de grupos jihadistas se espalhando pela Nigéria é uma grande preocupação. Comunidades inteiras estão sendo traumatizadas e deslocadas. Esse vídeo é um chamado para ação decisiva dos governos regionais e da comunidade internacional para tratar os múltiplos fatores que têm permitido o crescimento deste grupo”, publicou o site Newhouse.
No começo de maio, o ISWAP matou três pessoas em ataque a uma vila em Borno, quando o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, estava visitando o governador do estado. Em abril, ao menos 20 pessoas foram mortas ou feridas no ataque do grupo em um mercado de Iware, leste de Taraba, estado nigeriano.
O grupo também mantém a adolescente Leah Sharibu presa, depois de raptá-la na escola em Dapchi, estado de Yobe, quatro anos atrás. Enquanto suas colegas foram libertas, os sequestradores não a libertaram porque ela se recusou inúmeras vezes a se converter ao islamismo.
O ISWAP era parte do grupo extremista Boko Haram, mas seus membros juraram fidelidade ao Estado Islâmico em 2015. Desde então, eles se organizaram para dominar grandes partes do território e criar uma fortaleza na região do Lago do Chade. O grupo compartilha a ideologia jihadista do Estado Islâmico global.
Eles seguem uma interpretação extremista antiocidental do islã e da sharia, promovendo sectarismo, violência e mirando em todos que não concordem com essa interpretação, denominados infiéis e apóstatas. Apesar de a Nigéria ser um estado laico e de a liberdade religiosa ser garantida na Constituição, os doze estados do Norte da Nigéria, incluindo Borno, aplicam a sharia como lei no lugar da Constituição.
Em 2020, o país entrou para o top 10 da Lista Mundial da Perseguição elaborada pela Portas Abertas, que descreve os 50 países onde é mais difícil ser cristão. Atualmente, a Nigéria ocupa o 7º lugar nessa lista e é o país onde os cristãos têm vivido maior violência no mundo.
Em menos de um mês, mais de 13.000 igrejas se reunirão em oração pela Igreja Perseguida. Diante do crescimento da violência na região, o tema será “Igreja sob ataque” com foco na Nigéria e Oeste Africano. Para saber como fazer o DIP na sua igreja local e acessar os materiais disponíveis para essa ação, faça o cadastro. Participe!
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