Posição no ranking:
64
Partidos políticos de oposição e a imprensa enfrentam sérios abusos de seus direitos. Líderes de igrejas enfrentam intimidação, e igrejas enfrentam fechamento se não ficarem do lado do partido no governo. A pressão a igrejas menores é particularmente alta, como foi o caso em períodos de pesquisa anteriores: cristãos de comunidades cristãs não tradicionais estão sob pressão para não se reunirem por não terem licença para os prédios das igrejas. Várias igrejas foram fechadas nos últimos anos.
Burundi é um país majoritariamente católico e o crescimento das igrejas evangélicas tem causado reações negativas, como acusações de “poluição sonora”. Membros da família e da comunidade também pressionam aqueles que se juntam aos novos grupos religiosos.
ANALISTA DA PORTAS ABERTAS
Meninas e mulheres são muitas vezes vítimas de opressão do clã e práticas antigas. Por exemplo, elas são sempre perseguidas como bruxas e são submetidas a normas e práticas culturais repressivas, como casamento infantil e forçado, e violência sexual. Isso afeta sua autoestima, educação e autoconfiança e desgasta sua fé devido à falta de esperança. A perseguição com base na fé explora a pressão social existente sobre mulheres e meninas em Burundi, principalmente quando surge da instabilidade política e do baixo status das mulheres na sociedade.
Condições de vida precárias e violação nos direitos humanos também contribuem para o crescimento das redes de tráfico humano em Burundi – um dos principais países fontes de vítimas de tráfico humano na África. O tráfico interno representa um problema maior do que o tráfico internacional, com a maioria das vítimas sendo sujeitas a trabalho forçado e exploração sexual. Embora não haja correlação estabelecida com a perseguição religiosa, o tráfico humano permanece uma ameaça potente às mulheres e meninas cristãs em Burundi.
No período de pesquisa anterior, uma jovem cristã de origem muçulmana experimentou abuso nas mãos do proprietário da casa em que morava, que descobriu sua fé. Essa jovem já tinha experimentado perseguição de seus pais em 2019 e foi expulsa de casa, por isso estava em uma acomodação apoiada pela igreja. Agora, vivendo em outro lugar, ela está sempre com medo de um futuro assédio.
Em Burundi, o abuso sexual é usado como uma ferramenta de intimidação e coerção contra cristãos, particularmente pela ala jovem do partido no poder. A violência sexual também é empregada para atingir os maridos e os pais das vítimas.
Mulheres convertidas ao cristianismo enfrentam perseguição severa pela fé. Elas podem ser rejeitadas pela família e pelo marido, expulsas de casa e forçadas a se casar com muçulmanos, além de ter seus direitos de herança e posse negados, divórcios forçados, custódia dos filhos negada e, em alguns casos, são colocadas sob prisão domiciliar. Casamentos arranjados afetam mulheres que se converteram do islamismo ao cristianismo, bem como convertidas de denominações cristãs majoritárias tradicionais, como o catolicismo. Mulheres também são vulneráveis a assédio sexual de parentes e comunidade local.
Homens cristãos em Burundi comumente enfrentam desafios no local de trabalho por causa da fé. Os convertidos do islamismo e os cristãos que mudam para denominações não tradicionais também podem ser tornar vítimas de ataques físicos, serem expulsos de casas e ameaçados. Muitos cristãos se deslocam para outras regiões por motivos relacionados à fé.
Os líderes de igrejas ou comunidades são compelidos a se mudar de um lugar para outro para evitar perseguição. Homens cristãos também correm o risco de serem detidos por forças estatais. Funcionários do governo perseguem os seguidores de Jesus facilitando e praticando a corrupção. Além disso, o governo repreende e até prende cristãos que criticam ou falam contra ele. Esse padrão das autoridades é usado para coibir a liberdade religiosa e suprimir a dissidência dentro das comunidades religiosas.
A ação repressiva do governo também resultou em sequestro e morte de cristãos. Esses sequestros são realizados pela segurança do Estado e pela ala jovem do partido no poder. Os reféns costumam ser submetidos a torturas, como desmembramento e mutilação, e depois são mortos.
Homens e meninos cristãos também correm risco de recrutamento forçado por milícias não estatais e afiliadas ao governo devido ao conflito em andamento no país. Já os convertidos se tornam vítimas de ataques físicos, são expulsos de casa pelas famílias e ameaçados.
Além de orar por eles, você pode ajudar de forma prática doando para o projeto da Portas Abertas de apoio aos cristãos perseguidos que enfrentam maiores necessidades.
O termo “tipo de perseguição” é usado para descrever diferentes situações que causam hostilidade contra cristãos. Os tipos de perseguição aos cristãos em Burundi são: paranoia ditatorial, corrupção e crime organizado e protecionismo denominacional.
Já as “fontes de perseguição” são os condutores/executores das hostilidades, violentas ou não violentas, contra os cristãos. Geralmente são grupos menores (radicais) dentro do grupo mais amplo de adeptos de uma determinada visão de mundo. As fontes de perseguição aos cristãos em Burundi são: oficiais do governo, redes criminosas, líderes religiosos cristãos, cidadãos e quadrilhas e parentes.
© 2024 Todos os direitos reservados