Portas Abertas • 23 jul 2019
Diversos monges são responsáveis por ataques a minorias religiosas em países do Sudeste Asiático
De acordo com o jornal O Estado de São Paulo, incitados por uma rede politicamente poderosa de monges carismáticos, os budistas entraram na era do tribalismo militante, colocando-se como guerreiros espirituais que precisam defender sua fé contra uma força externa. As queixas podem parecer estranhas, já que no Sri Lanka e em Mianmar, dois países que estão na frente de um movimento religioso-nacionalista, os budistas são a maioria da população.
Uma parte dos budistas vem abandonando os princípios pacíficos de sua religião. Nos últimos anos, multidões de budistas lançaram ataques letais contra populações minoritárias. Os ideólogos nacionalistas budistas usam a autoridade espiritual dos monges extremistas para reforçar sua base. Diante da imagem pacífica do budismo, a religião não costuma estar associada à violência. Mas nenhuma religião tem o monopólio da paz. E os budistas também partem para a guerra.
“Os monges budistas dirão que nunca justificarão a violência. Mas ao mesmo tempo, dirão também que o budismo ou os estados budistas têm de se defender por todos os meios”, disse Mikael Gravers, antropólogo da Aarhus University, na Dinamarca, que estuda o cruzamento de budismo e nacionalismo.
Como os budistas formam grandes maiorias nos cinco países onde sua fé é praticada – Sri Lanka, Mianmar, Camboja, Laos e Tailândia – é estranho eles se sentirem tão assediados. Mas o budismo, cujos praticantes formam somente 7% dos fiéis em todo o mundo, é a única religião em que a população não deve crescer nas próximas décadas, segundo o Pew Research Center.
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