Portas Abertas • 9 jul 2022
A doação de parceiros tem ajudado no recomeço de centenas de famílias
Hoje comemoramos cinco anos da libertação da cidade de Mossul, no Iraque. Depois de três anos sob domínio do Estado Islâmico, com a ajuda da Turquia, o governo iraquiano conseguiu retomar a cidade em 2017.
Houve mais de um milhão de deslocados internos e vítimas fatais do conflito. As marcas na mente e nas ruínas ainda são visíveis na cidade. A metrópole se localiza onde ficava Nínive e foi visitada por profetas relevantes para o cristianismo, como Jonas. Mossul tinha um significado importante para os extremistas também, como centro de poder. Por isso a libertação da cidade significa a diminuição do poder deles no Iraque.
Apesar dos desafios, a esperança aumenta um pouco a cada dia. E muito se deve às doações dos parceiros da Portas Abertas que têm permitido a reconstrução de casas, igrejas e outros locais, e também o cuidado dos traumas dos muitos cristãos afetados pelo conflito.
A campanha “Esperança para o Oriente Médio” chega ao sétimo ano e foi uma das formas de apoio aos cristãos iraquianos. Pouco depois do começo da campanha, em 2016, a região ocupada pelo Estado Islâmico foi libertada. Shefa (pseudônimo), diretora do projeto no Iraque, ao pensar nos últimos anos, louva a Deus por sua bondade e pela igreja do mundo todo que apoiou cristãos iraquianos nessa crise.
Shefa disse: “Quando visitei as vilas cristãs pouco depois da libertação, fiquei chocada com o cheiro de morte e o cenário de destruição. Não ficou pedra sobre pedra. Isso mostrou a profundidade do sentimento anticristão que os extremistas tinham. Na época, eu duvidava que a vida voltaria um dia a ser como era antes, mas quando visito vilas cristãs hoje, eu vejo um cenário diferente. Vejo a cruz de nosso Senhor Jesus em todo lugar, declarando que ele está vivo nos céus”.
Onde havia apenas destruição, Shefa testemunha o recomeço de muitos cristãos. “Não foi uma caminhada fácil, mas o Senhor nos deu muito mais do que pedimos ou pensamos. Continuamos a reconstruir o que perdemos.” Durante o processo de restauração, um dos líderes da igreja iraquiana disse: “Cristãos têm que carregar sua cruz todos os dias. Cristo não prometeu uma vida fácil, mas prometeu que venceríamos o mundo”.
As igrejas históricas se tornaram Centros de Esperança. Elas foram instrumentos para a reconstrução de mais de 2 mil casas e implantação de mais de 250 negócios possibilitados por microcréditos, ajudando cristãos iraquianos a voltar para casa e refazer a vida e os negócios. Além disso, líderes cristãos foram encorajados pela oração e puderam participar de estudos bíblicos e de seminários. “A vida de homens e mulheres mudaram conforme conheciam e se relacionavam com o Senhor. Durante o estudo do livro de Salmos com um jovem, ele disse que foi a primeira vez que ele percebeu que podia chamar Deus de ‘pai’. Os olhos dele se encheram de lágrimas quando disse isso”.
“O suporte das igrejas do mundo todo foi incrível. Não conseguimos expressar o quanto agradecemos pela ajuda. Esperamos que possamos continuar contando com seu apoio conforme reconstruímos nossa comunidade e tratamos as feridas. O que a guerra levou em um minuto, leva anos para ser reconstruído. Não terminamos essa jornada ainda. Nós vimos o Senhor intervindo aqui no Iraque e aguardamos animados o que ele reserva para o nosso futuro”, conclui Shefa.
As igrejas históricas foram importantes no início do cristianismo e ainda hoje são testemunhos do amor de Deus no Oriente Médio. Sua doação ajuda a manter essas igrejas vivas, pois elas estão prestes a desaparecer.
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