Portas Abertas • 16 fev 2016
Por um breve momento, tente pensar na perseguição religiosa à luz da Bíblia. A perspectiva humana não tem muito a oferecer. Em nossa humanidade, estamos sujeitos a sentimentos de vingança, raiva, indignação e perplexidade. Quando lemos uma notícia sobre um cristão que está sendo perseguido, sentimos compaixão, tristeza e nos envolvemos na causa, na maioria das vezes. Mas e se fôssemos nós no lugar deles? Como reagiríamos? O que realmente sentiríamos? Ao longo de 60 anos de trabalho da Portas Abertas, acompanhando a história da perseguição cristã no mundo e seu rápido progresso, colhemos vários testemunhos de cristãos que vivem nos 50 países que compõem a Classificação da Perseguição Religiosa, e vamos compartilhá-los com você.
Dr. R é o primeiro, um cristão do Curdistão, no Iraque, que usa o nome fictício por motivos de segurança. Ele é veterinário, foi um empresário de sucesso, atuante em três setores do mercado, teve uma casa maravilhosa e muitas terras. Num período de apenas 3 horas, ele perdeu tudo, durante um ataque do Estado Islâmico (EI). Como ele se sentiu? “O EI é uma lição de Deus para nós, como igreja. Agora eu posso procurar a felicidade e a prosperidade espiritual, reconhecendo que meu tesouro não está nessa terra, mas em Deus”. Um líder religioso de Bagdá, também no Iraque, compartilhou: “A crise causada pelo EI nos mostrou qual é a nossa real identidade. Foi um alerta para acordarmos para a vida com Deus. Espero que em todos os lugares onde os muçulmanos radicais estão entrando, possa haver essa conscientização das pessoas. Nós estamos nesse mundo, mas não fazemos parte dele. Nós somos cidadãos do céu”.
Testemunhos como esses nos fazem ter a certeza de que a perseguição religiosa não vai fazer a igreja desaparecer, muito pelo contrário, ela vai continuar crescendo a cada dia, mais e mais. O que está acontecendo é a privação da liberdade de adorar a Deus em público, mas o número de cristãos de igrejas subterrâneas está aumentando rapidamente. “A igreja nunca vai desaparecer, pode parecer que isto esteja acontecendo no momento, mas não. Quando Jesus morreu, as pessoas pensaram ‘agora acabou’, e então ele ressuscitou dos mortos. Quando Estevão foi apedrejado até a morte, muitos pensaram que a igreja primitiva iria acabar, que os seguidores de Jesus teriam medo de seguir adiante, mas não foi o caso. A igreja no Iraque já sofre perseguição há mais de 2 mil anos”, disse um líder cristão iraquiano, que está deslocado.
“Jesus continua presente mesmo através dos poucos cristãos que restam no Iraque. Nós não temos medo. Muitos morreram ou fugiram, as igrejas foram bombardeadas, mas continuamos a pregar entre os escombros”, disse outro líder, mostrando a foto de sua primeira igreja em uma tenda. A conclusão que chegamos é a de que a perseguição fortalece a fé, aumenta a ousadia e gera testemunhos que ajudam a conscientizar a igreja livre. A cada dia chegam mais testemunhos, e nós somos gratos a Deus por saber que podemos, de várias formas, ajudar os cristãos perseguidos, amenizando um pouco a dor e a dificuldade deles no dia a dia. Oremos para que mais cristãos se conscientizem sobre a realidade da perseguição religiosa no mundo, e que se mobilizem, buscando saber o que nossos irmãos estão vivendo em terras distantes.
Iraque e Síria esperam por nós?
Todos os dias, vemos e ouvimos nos meios de comunicação histórias de refugiados, e sabemos que eles precisam de nossa ajuda e de nossas orações. É por esse motivo que convidamos você a participar do Domingo da Igreja Perseguida (DIP) em 2016, um dia de intercessão pelos cristãos perseguidos ao redor do mundo.
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