Portas Abertas • 16 jan 2024
Os atos violentos afetaram ao menos seis famílias cristãs no Sul do Laos
No Sul do Laos, a construção de uma igreja foi interrompida porque as autoridades avistaram uma cruz na fachada do edifício. Em uma região próxima, cristãos foram pressionados para abandonar a fé em Jesus até o ponto de a igreja ser fechada. Ambos os incidentes aconteceram em março de 2023, mas, devido à pressão intensa, essa informação estava temporariamente em sigilo para proteger os cristãos perseguidos envolvidos.
A primeira igreja doméstica em um dos distritos no Sul do Laos começou em 2016. Ao longo dos anos, a igreja fez um trabalho ativo para alcançar a comunidade com o evangelho e o número de cristãos se multiplicou. Com o número crescente de membros, o pastor doou um terreno e começou a construiu um templo para que a igreja pudesse se reunir para os cultos. A construção estava progredindo bem até o momento em que uma cruz foi posta na fachada do templo, o que chamou a atenção das autoridades.
“Em 20 de março de 2023, a polícia veio ao canteiro de obras e ordenou que a construção fosse interrompida. As autoridades pediram que a cruz fosse removida da parede e destruída”, contou Kaithong (pseudônimo), um parceiro local da Portas Abertas. O pastor e os líderes cristãos pararam o trabalho temporariamente para buscar uma solução para o problema.
“A polícia local visitou os pastores na igreja muitas vezes antes de ordenar a interrupção da construção sob o pretexto de investigação. Mas a construção continuava com muita cautela, para não fazer nada diferente e evitar a atenção das autoridades”, contou o parceiro local. Mas a cautela não foi o suficiente para que as autoridades intervissem.
No mesmo período, em uma província próxima, também no Sul do Laos, um policial visitou uma igreja doméstica que estava realizando uma conferência cristã. Ele ordenou que todos os membros da comunidade renunciassem à fé em Jesus e disse que eles estavam proibidos de se reunir e fazer cultos.
Kaithong contou como foi o incidente: “Enquanto a conferência estava acontecendo, o policial entregou um documento para as pessoas assinarem, ordenando que elas não se reunissem mais e renunciassem à fé. Porém, ninguém assinou o documento no final do encontro. Isso deixou o delegado furioso e disse ao chefe do vilarejo que faria o que fosse necessário para que os cristãos nunca mais se encontrassem na igreja doméstica”.
Para aumentar a pressão aos cristãos, o policial instruiu a comunidade para que tornasse a vida dos cristãos locais mais difícil. “A comunidade tentou de muitas formas obedecer às instruções dadas. Eles jogaram pedras todos os dias na igreja, roubaram as motocicletas dos cristãos locais, apedrejaram as casas dos seguidores de Jesus, usaram estilingues para machucá-los e muito mais. Isso forçou alguns cristãos a deixarem suas casas e morar [provisoriamente] nos campos de arroz. Seis famílias foram afetadas no incidente”, concluiu o parceiro.
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