Portas Abertas • 2 ago 2024
Ser atleta na Coreia do Norte envolve riscos até de prisão em caso de mau desempenho (foto representativa)
A Coreia do Norte, país número um na Lista Mundial da Perseguição 2024, está competindo em uma das maiores competições esportivas internacionais na França. A nação não participou dos jogos em 2020 em Tóquio, Japão, em decorrência da pandemia de COVID-19, apesar dos responsáveis pelo evento disponibilizarem vacinas para os atletas norte-coreanos.
Na 33ª edição da competição esportiva, a Coreia do Norte será representada por 16 atletas que disputarão medalhas em atletismo, boxe, natação, ginástica, judô, tênis de mesa e luta livre. O país estreou nos jogos esportivos em 1972, em Munique, Alemanha, nas modalidades tiro com arco, ginástica artística, atletismo, boxe, judô, remo, vôlei, levantamento de peso, luta livre e tiro, que foi a primeira medalha de ouro do país.
Desde 1980, a Coreia do Norte busca uma “diplomacia do esporte” como um método de política nacional. É uma forma de fazer propaganda da nação, sem entrar em detalhes políticos, e mostrar que os atletas norte-coreanos vivem bem, apesar das denúncias de violação de direitos humanos veiculadas em meios de comunicação internacionais.
Em competições esportivas anteriores, uma ginasta norte-coreana tirou uma foto abraçando uma colega americana. Em 2016, essa mesma atleta posou para uma foto ao lado de uma sul-coreana. A comunidade internacional temeu que a esportista fosse punida, mas os especialistas acreditam que esses registros fazem parte da diplomacia da Coreia do Norte.
Representar a Coreia do Norte em algum campeonato internacional é uma honra para boa parte dos jovens no país. Apesar de se submeterem a treinos rigorosos e técnicos, os atletas recebem benefícios quando ganham competições, como destaque nos meios de comunicação estatais, honrarias do governo e até apartamentos mobiliados. No entanto, se o desempenho do esportista não for como esperado, ele pode ser punido com ostracismo e até ser enviado para campos de trabalho forçado.
Após a Copa do Mundo de 2010, os jogadores e a comissão técnica do time de futebol norte-coreano tiveram uma reunião de quase seis horas com o antigo líder do país, Kim-Jong-il. O treinador do time, Jong Hun Kim, foi condenado a realizar trabalhos forçados como punição pelos resultados ruins na competição.
Enquanto os atletas podem ser condecorados como cidadãos modelo na Coreia do Norte, os cristãos descobertos são vistos como traidores da pátria. Os seguidores de Jesus correm o risco de serem enviados para campos de trabalho forçado ou são mortos instantaneamente.
O trabalho nos campos norte-coreanos é intenso, as instalações e a alimentação são precárias e as chances de sobrevivência e de libertação são escassas. De acordo com o Departamento de Estado dos Estados Unidos, há prisioneiros que cumprem pena porque seus familiares de até três gerações cometeram “crimes” contra o governo norte-coreano.
Os prisioneiros desses campos de trabalho forçado atuam em áreas como mineração, têxtil, agricultura e pecuária. Além disso, passam fome como uma forma de castigo e acabam por se alimentar de roedores, sapos e cobras.
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