Portas Abertas • 18 dez 2024
Entenda como os cristãos foram afetados pela mudança de governo na Síria (foto representativa)
Enquanto o mundo continua a lidar com o que a nova liderança na Síria significa para as pessoas dentro do país, é fácil perder de vista o que está acontecendo com grupos minoritários, como os cristãos. Grande parte da cobertura sobre a rápida queda do regime de Assad focou na alegria pela derrubada de um tirano e na incerteza que paira sob a autoridade dos novos governantes da Síria.
Hoda*, uma cristã que permaneceu em Damasco desde o início da crise, descreve aqueles primeiros dias com insegurança e confusão. “No começo, não conseguia entender completamente o que estava acontecendo. Eu ouvia falar que a igreja estava organizando ônibus para cristãos saírem de Alepo, outros diziam que os rebeldes haviam tomado a cidade de Hama, enquanto a TV estatal nos assegurava que tudo estava sob controle. Era um caos. Tinha que ligar para amigos em outras cidades para entender tudo, mesmo assim, a confusão permanecia”, conta Hoda.
Sobre o papel da fé nesse momento de crise, ela afirma: “Vou admitir, eu estava mais preocupada em seguir as notícias do que qualquer outra coisa no início. Mas tivemos amigos cristãos que nos procuraram para orar e ler salmos conosco. Isso nos deu algum conforto”.
Hoda também menciona que a igreja síria estava pronta para receber cristãos deslocados, mas sente que o trabalho tem sido cauteloso. Sobre as maiores necessidades da comunidade cristã agora, ela comenta: “Precisamos de segurança, de garantias. Precisamos saber que ainda podemos adorar ao Senhor livremente, ir à igreja, frequentar a escola dominical, sem nenhuma ameaça”.
A escassez de recursos básicos, como água, e o alto custo de vida se somam à situação já precária. “Os itens essenciais estão ficando cada vez mais fora de alcance. A esperança parece fraca. Oro para que essa conversa de abertura e tolerância seja real. Mas, se eu for honesta, gostaria de poder deixar a Síria. Não quero viver em um país à beira do desastre”, assume a cristã.
Além dos desafios de sobrevivência, a liberdade religiosa está ainda mais limitada. “Pessoalmente, nunca me senti ameaçada na minha própria região, de maioria cristã. Mas sei que isso não é verdade para outras partes da Síria, especialmente em áreas de maioria muçulmana, onde não há a mesma segurança. Alguns até temem andar em público”, compartilha Hoda.
Hoda enfatiza a importância da segurança, da capacidade de adorar livremente e da provisão de necessidades básicas, como água e vida acessível. “Precisamos de suas orações e apoio. Precisamos sentir que não fomos esquecidos”, ela conclui. Por favor, continue a orar com seus irmãos e irmãs na Síria.
*Nome alterado por segurança.
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