Portas Abertas • 17 dez 2024
Inscrição em uma casa na Síria que diz “Jesus está conosco”
Algumas áreas rurais têm apresentado uma realidade sombria na Síria. Lá, cristãos estão reforçando suas casas com cimento por medo de ataques. Quando algumas famílias cristãs deslocadas retornaram a suas aldeias, encontraram suas casas ocupadas ou até mesmo transformadas em mesquitas.
Há muitos relatos de cristãos sendo expulsos de casas que haviam comprado legalmente e vivido por anos sob o pretexto de uma manobra legal nessas regiões. Essas ações são vistas como mais um exemplo da segurança frágil enfrentada pelas comunidades cristãs na Síria neste momento.
Bispo Boutros, um líder cristão sírio na cidade de Alepo compartilhou uma reflexão sobre a crise na Síria: “Os cristãos estão com medo, e isso é normal durante uma transição, especialmente após o impacto devastador da guerra sobre a comunidade cristã local. Temos razão em nos preocupar com o futuro. Mas o que não é normal é desistir, abrir mão de mostrar nossa presença e deixar as decisões para os outros. Precisamos não apenas ser ativos politicamente, mas também ser produtivos, ser uma parte viva desta nação. Nosso papel aqui é vital, nossa presença também”.
Em uma mensagem de voz que compartilhou com sua igreja, Boutros enfatizou a importância do amor pelo país e uma atitude positiva, mesmo diante do contexto atual. “Medo e preocupação levam ao isolamento, mas devemos reviver a relação com nossas raízes e com esta terra”, disse o líder cristão.
As palavras do bispo refletem o desafio que está à frente dos cristãos sírios: como navegar um futuro de incerteza enquanto mantém sua fé?. “Não temas, pequeno
rebanho. Somos o sal da terra”, lembra Boutros afirmando que isso por si só lhes dá força, e os chamou a agir.
Por enquanto, os cristãos sírios com quem Leila*, uma representante da Portas Abertas, pôde conversar estão em um estado de confusão. Eles observam, esperam e anseiam que o futuro seja diferente do passado. Mas a falta de confiança é palpável, e o futuro é tudo menos certo. Alguns estão dispostos a ter esperança, mas fazem isso com cautela, incapazes de ignorar as lições do passado. É uma esperança frágil, que será testada à medida que a Síria continua sua lenta e dolorosa jornada em direção ao que quer que venha a seguir.
*Leila é uma cristã de um país vizinho que tem experiência no contexto da Síria. Ela é afiliada à Portas Abertas e seu nome foi alterado para proteger sua identidade e garantir sua segurança. Ela conseguiu recentemente falar com vários cristãos sírios dentro do país, e eles compartilharam suas esperanças e medos para a Síria enquanto observam uma nova realidade.
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