Portas Abertas • 14 jan 2021
Com a proibição de venda de Bíblias físicas, os materiais em áudio são fundamentais para os cristãos (foto representativa)
No dia 7 de dezembro, o empresário cristão Lai Jinqiang compareceu ao tribunal de Shenzhen, uma cidade no Sudoeste da China, acusado de vender Bíblias em áudio. Os dispositivos eletrônicos são populares entre os cristãos porque são fáceis de usar e, ao contrário das Escrituras impressas, estão amplamente disponíveis para compra na internet. Em 2018, o governo proibiu a venda on-line de Bíblias, apenas as igrejas aprovadas pelo Estado tinham autorização para vendê-las.
"As Bíblias em áudio apareceram pela primeira vez na China por volta de 2006 e se tornaram populares especialmente nas igrejas rurais. Jinqiang se concentrou em fazer tocadores de Bíblia de áudio para os cristãos chineses mais velhos, que não estavam familiarizados em encontrar sermões e louvar com músicas na internet. A escala de produção aumentou e atingiu dezenas de milhares de dispositivos e ainda mais ao longo dos anos", disse um parceiro local.
Os negócios de Jinqiang chamaram a atenção das autoridades algum tempo antes do empresário ser acusado, conta o colaborador. "O julgamento é provavelmente parte do maior movimento de repressão às igrejas cristãs, que começou há sete anos e, particularmente nos últimos dois anos, desenvolveu-se em uma repressão nacional das atividades cristãs".
Dois dias após o julgamento de Jinqiang, outros quatro cristãos que trabalhavam vendendo as Bíblias em áudio, compareceram perante o mesmo tribunal sob acusações de "operações comerciais ilegais". O promotor pediu uma sentença de cinco anos de prisão para o empresário Fu Xuanjuan, e penas de prisão de 18 meses a três anos para os demais colegas dele.
“Meu sentimento é que este é o mesmo tipo de supressão de antes, que se expandiu para negócios cristãos. Em essência, estes não são diferentes dos casos de perseguição religiosa anteriores", disse o advogado chinês de direitos humanos Sui Muqing. Os parceiros da Portas Abertas dizem que a repressão às atividades cristãs pelo governo ateu da China é impulsionada pelo medo de que o cristianismo represente uma ameaça ao poder dele. Hoje, estima-se que existam cerca de 100 milhões de cristãos no país na 17ª colocação na Lista Mundial da Perseguição 2021.
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