Portas Abertas • 16 set 2023
Cristãos indígenas são expulsos de suas comunidades por não terem a mesma religião dos demais (foto representativa)
Hoje é o Dia da Independência do México do domínio da Espanha. No entanto, a liberdade no país não é para todos. Cristãos de origem indígena, que decidem abandonar as crenças dos antepassados e seguir a Jesus, são ameaçados, agredidos, expulsos de suas comunidades, presos e até mortos.
Lorena* e Juan Gonzalez* enfrentam a hostilidade da comunidade desde quando se converteram. Na época, a mexicana estava doente e nenhum curandeiro ou médico conseguiu curá-la. Mas, em outubro de 2022, o casal procurou o cristão Bernardo*, da comunidade de San Mateo* e decidiu seguir a Jesus juntos.
Após três meses da conversão, Lorena estava completamente curada e junto com o esposo e os cinco filhos agradeceu a Deus pelo milagre. A família decidiu fazer um culto de ação de graças pela cura de Lorena e convidou os cristãos que conheciam e os vizinhos. No entanto, foram ameaçados por fazer uma programação fora da igreja local.
O especialista em ciências políticas e sociais de comunidades indígenas, Héctor Gómez Peralta, explica: “Para os povos indígenas do coração de Los Altos de Chiapas, a comunidade é uma entidade única ou, para usar seus próprios termos, uma única alma. Ser uma única alma obriga-os a ter um pensamento único, incapaz de aceitar as diferenças internas”.
Em resposta, as autoridades locais convocaram os cristãos para uma reunião, onde deveriam renunciar à fé e prometer voltar para às crenças da tribo. Mas os seguidores de Jesus se mantiveram firmes, mesmo correndo o risco de serem agredidos e terem a casa e as terras confiscadas.
Os parceiros das Portas Abertas no México souberam da situação das famílias de Juan e Bernardo e providenciaram um advogado para cuidar da situação. As autoridades municipais assumiram o caso e os cristãos e os líderes da comunidade indígena entraram em acordo. Os seguidores de Jesus poderiam viver na aldeia, desde que continuassem a se reunir com os amigos cristãos fora do território.
“Agradecemos a Deus porque as negociações entre as autoridades municipais e paroquiais foram favoráveis a Juan e Bernardo. Os irmãos agora podem viver pacificamente a fé na sua comunidade, sem medo de serem expulsos. Estender essa mentalidade de pacificadores dos irmãos é a chave para que eles permaneçam como sal e luz em suas comunidades”, conclui um colaborador local.
*Nomes alterados por segurança.
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