O que são povos indígenas?

Descubra como os povos originários são identificados

Portas Abertas • 09 ago 2023


Cristãos indígenas da Colômbia costumam ser expulsos da comunidade

Cristãos indígenas da Colômbia costumam ser expulsos da comunidade

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), povos indígenas são aqueles que fazem parte de uma sociedade anterior às invasões e colonizações de seus territórios. Eles se consideram distintos da sociedade e vivem para conservar, transmitir e desenvolver sua própria tradição, conservando suas características sociais, econômicas e políticas.

Há muitos anos, o termo “indígena” é usado de maneira genérica para tratar dos descendentes dos primeiros habitantes de um determinado território. Porém, há outros termos usados, como povos originários, aborígines, nativos, primeiros povos e minorias étnicas.

Os 370 a 500 milhões de indígenas no mundo estão presentes em 90 países e representam 5 mil culturas diferentes. No Brasil, há cerca de 900 mil indígenas, distribuídos em 305 etnias, afirma o Censo do IBGE de 2022.

Como vivem os povos indígenas no mundo?

Os indígenas no mundo representam diversas culturas e isso promove uma diversidade em valores, hábitos, crenças e línguas. No entanto, há algumas semelhanças em alguns povos, como o cuidado e aproximação da natureza, já que os meios de subsistência como caça, pesca e agricultura estão ligados ao meio ambiente. Além disso, costumam ter uma fé com vários deuses, muitos ligados às forças da natureza, como sol, lua, água, florestas etc.

É comum que cada povo indígena tenha sua própria língua, diferente da adotada como a oficial de um país. Mas isso não indica que todos os membros da etnia saibam o idioma. Os despejos das terras ou a realocação em outros territórios colaboraram para que algumas línguas sejam consideradas mortas – não há nenhum falante e nenhum registro escrito – ou à beira da extinção.

Cristãos da etnia rohingya vivem como refugiados em Bangldesh, são excluidos pela socidade e perseguidos dentro dos acampamentos

De acordo com o Banco Mundial, 19% de todos os povos indígenas vivem em extrema pobreza. Além disso, a expectativa de vida dessas pessoas é 20 anos menor do que outros povos no mundo. Essas são consequências da carência de reconhecimento formal sobre as terras que habitam e dos recursos naturais.

Outro problema é que os povos indígenas não costumam receber serviços públicos básicos e de infraestrutura e enfrentam diversas barreiras para participar da política e tomada de decisões.

Há perseguição aos cristãos indígenas?

Os indígenas que decidem seguir a Jesus podem enfrentar perseguição dentro da própria comunidade, já que renunciam às crenças e práticas tradicionais. Eles são julgados como traidores e podem ser agredidos, expulsos de suas casas e terras, não podem comprar e nem vender nada dentro das aldeias, são ameaçados, presos e podem ser assassinados, em casos mais extremos.

Além disso, podem ter casas, igrejas e campos destruídos. Os filhos dos seguidores de Jesus também são proibidos de ir às escolas locais e toda a família perde o acesso a serviços básicos, como de saúde ou de apoio socioeconômico quando controlado pelas autoridades indígenas.

Duas famílias do povo hmong, do Laos, foram expulsas de suas comunidades por se recusarem a negar a Jesus

Na Colômbia e no México há casos de cristãos indígenas que buscaram seus direitos na justiça. Mas como as comunidades indígenas costumam ser autônomas e independentes, as decisões judiciais favoráveis aos cristãos costumam ser descumpridas.

O pastor Jaime (pseudônimo) enfrentou a hostilidade de sua comunidade indígena no México. Após enfrentar pressão para abandonar a fé cristã, ele ficou preso por vários dias sob ameaça de morte dele e de seus familiares.

"Decidimos confiar em Deus sempre. Mesmo sob grandes ameaças, minha esposa e filhos me apoiaram para que não renunciasse a Jesus. Era difícil. Meus filhos passavam fome e eu não conseguia suprir as necessidades da minha família porque eu não negava a fé em Cristo", testemunha Jaime. 

Ser indígena e cristão também pode ser sinônimo de perseguição em países asiáticos, como Mianmar, Laos, Vietnã, Índia, Bangladesh e outros.

Como a Portas Abertas atua para apoiar cristãos indígenas?

A Portas Abertas trabalha de diversas formas para fortalecer cristãos de origem indígena. Além de oferecer socorro imediato com alimentação, medicamento e moradia quando necessário, há abrigos que oferecem proteção, educação formal e espiritual para crianças e adolescentes filhos desses seguidores de Jesus. Programas de alfabetização e distribuição de Bíblias na língua local também são formas de encorajar os cristãos a permanecerem firmes na fé.

Outra ferramenta é o discipulado e treinamento dos cristãos, mesmo que morem em regiões remotas. Na Colômbia, por exemplo, os parceiros de campo viajam horas a pé, de carro e até barco para encontrarem os cristãos necessitados de apoio físico, emocional e espiritual. Em casos em que há necessidade de apoio jurídico, os cristãos indígenas também recebem esse tipo de ajuda.

Sobre nós

A Portas Abertas é uma organização cristã internacional e interdenominacional, fundada pelo Irmão André, em 1955. Hoje, atua em mais de 60 países apoiando cristãos perseguidos por causa da fé em Jesus.

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