De onde vem a brutalidade contra cristãos indianos?

A discriminação com base em castas e a propaganda nacionalista contribuem para a hostilidade contra cristãos

Portas Abertas • 31 jul 2024


Qualquer pessoa rotulada como “cristã” é considerada “perigosa” e “inferior”, sendo aceitável ataques e até mesmo sua morte

Qualquer pessoa rotulada como “cristã” é considerada “perigosa” e “inferior”, sendo aceitável ataques e até mesmo sua morte

Violência é a ordem do dia na Índia. Crimes como mortes por honra, ataques com ácido e violência sexual ocorrem regularmente em todo o país, com cristãos sendo alvos frequentes desses ataques. Isso aumentou muito o nível de violência contra cristãos, fazendo com que seja um dos mais altos da Lista Mundial da Perseguição 2024, uma classificação com os 50 países onde é mais difícil ser cristão.   


É importante lembrar que por trás de cada estatística estão irmãos e irmãs na fé. “A situação tornou-se muito mais difícil. Ouvimos falar de ataques todos os dias, com cristãos sendo espancados, violados ou mesmo assassinados”, relata Samuel*, um parceiro local da Portas Abertas na Índia. A sociedade indiana revela que a vida humana tem pouco valor e a violência é generalizada, o que tem a ver com o sistema de castas no qual as pessoas são classificadas hierarquicamente. 
 


De acordo com esse pensamento, uma pessoa não tem valor em si mesma, sendo julgada apenas por rótulos externos e tratada de acordo com eles. Qualquer pessoa rotulada como “cristã” é considerada “perigosa” e “inferior”, sendo aceitável ataques e até mesmo sua morte. A propaganda nacionalista apoia a ideia de que hindus são superiores a outras pessoas, por isso não é difícil incitarem uma multidão a atacar os cristãos.
 


Conheça cristãos indianos que enfrentaram violência extrema
 


Vinita teve a casa atacada por um grupo de homens durante uma reunião de oração 


Madhuri* foi espancada na rua por vizinhos hindus e estrangulada com um pano até cair inconsciente. Ela foi hospitalizada, mas os agressores localizaram o hospital onde ela estava sendo tratada e subornaram a equipe para interromper o tratamento. 
 


Vinita* havia convidado alguns cristãos para uma reunião de oração em sua casa quando um grupo de homens invadiu o local. Eles gritaram e quebraram móveis. Além disso, um dos agressores agarrou a filha dela de poucos meses e jogou-a no chão. Durante o ataque, a própria Vinita sofreu um ferimento na cabeça. Outra mulher cristã foi espancada no local com uma barra de metal, sofrendo várias fraturas, o que a deixou fisicamente debilitada desde então.
 


Krishna* é pastor de uma igreja que foi repetidamente atacada por extremistas hindus. Em uma das vezes, mais de 100 pessoas se reuniram em frente à igreja e agarraram Krishna, dando-lhe socos e chutes. “Eles me arrastaram escada abaixo, me jogaram na rua e me espancaram sem piedade”, relata o pastor.  


Rani* foi negligenciada pelos pais desde o nascimento porque ficava doente com frequência e por ser menina. Certo dia, ela conheceu alguns cristãos que cuidaram dela e lhe contaram sobre Jesus. Quando os parentes de Rani descobriram, ficaram furiosos. Os irmãos dela a seguraram enquanto o pai tentava embebedá-la para que fosse violentada sexualmente na aldeia. Felizmente, Rani conseguiu escapar.
 


Shekhar* estava reunido com alguns cristãos para orar quando, de repente, policiais invadiram o apartamento. Eles confiscaram Bíblias e levaram os cristãos para a delegacia, onde foram perseguidos e espancados. Shekhar foi agredido com tanta força com varas de bambu na cabeça que seu tímpano estourou. 


*Nomes alterados por segurança.
 


Sobre nós

A Portas Abertas é uma organização cristã internacional e interdenominacional, fundada pelo Irmão André, em 1955. Hoje, atua em mais de 60 países apoiando cristãos perseguidos por causa da fé em Jesus.

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