Portas Abertas • 27 nov 2021
Na Índia, uma rede social contribui com a violência religiosa
Documentos vazados do Facebook mostraram, em um relatório de pesquisa interna, que a plataforma oferecia um serviço que incentivava a violência a seus usuários na Índia, e a empresa sabia disso. Executivos da plataforma não aprovaram a ideia de iniciativas para bloquear o discurso de ódio disseminado por grupos hindus contra cristãos ex-mulçumanos com o receio de danos aos negócios do Facebook no país.
Em dezembro, o Facebook Índia reconheceu o medo da falta de segurança da sua equipe caso seus funcionários resolvessem banir a organização radical hindu Bajrang Dal da plataforma. Esse grupo é conhecido por disseminar a desinformação sobre as minorias religiosas na rede social.
O relatório Destructive Lies, da London School of Economics em parceria com a Portas Abertas, mostra que a desinformação contra as minorias religiosas na Índia prospera “de forma descontrolada”, fazendo com que experimentem “ameaça existencial iminente”. Após essas revelações, um porta-voz da Portas Abertas afirmou que as empresas de mídias sociais devem levar essas violações a sério. Também afirmou que a comunidade internacional não pode tolerar atos planejados contra cristãos e outras minorias religiosas.
A Índia ocupa o 10º lugar na Lista Mundial da Perseguição 2021, e os cristãos enfrentam pressão constante no país. Nos últimos meses, aconteceram protestos em grande escala contra os cristãos e supostas conversões forçadas em Chhattisgarh e Madhya Pradesh. Durante uma manifestação em massa no estado central de Chhattisgarh, um professor religioso hindu pediu a decapitação de cristãos ex-hindus.
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