Portas Abertas • 16 ago 2022
As mulheres foram obrigadas a se cobrir com a burca e perderam os direitos de estudar e trabalhar fora de casa
Ontem, 15 de agosto, completou um ano que os extremistas do Talibã tomaram o poder no Afeganistão. O grupo político surgiu em 1994 após o fim da União Soviética e já tinha governado o Afeganistão antes, entre 1996 e 2001. Depois de 20 anos de ações fora do país, expulso pelas tropas norte americanas, ele voltou e, cidade após cidade, dominou o Afeganistão em 2021.
O Talibã é uma organização extremista islâmica, cujos centros de ação hoje são o Afeganistão e o Paquistão. O nome Talibã é o plural de talib, que significa estudante em árabe, e a maioria dos membros que o compõem são homens da etnia pasthun, minoria étnica conhecida pelo conservadorismo religioso.
O Talibã controlava o Afeganistão até 2001, impondo a sharia (conjunto de leis islâmicas), limitando as liberdades das mulheres (imposição da burca e proibição da educação de meninas) e também proibindo feriados não islâmicos, como o Natal. Por causa dos ataques de 11 de setembro, os Estados Unidos invadiram o Afeganistão em 2001 para restringir as ações da Al-Qaeda e de outros grupos terroristas no país. A partir daquele ano, os extremistas foram expulsos do Afeganistão e, por 20 anos, atuavam em ataques a partir de outros países. O Paquistão foi um dos grandes aliados do grupo.
Em 2018, aconteceram diversas tentativas de cessar-fogo e apaziguamento entre os Estados Unidos e o Talibã, no entanto, as ofensivas do grupo para tentar reconquistar o Afeganistão não cessaram.
Em fevereiro de 2020, os Estados Unidos e o Talibã assinaram um acordo histórico que projetou a retirada completa das tropas norte-americanas até 2021. Pouco após o acordo, os ataques dos extremistas aumentaram, até que, em 15 agosto de 2021, com a retirada total das tropas estadunidenses, o Talibã tomou o controle da capital Cabul e de todo o país.
A tomada do poder pelo Talibã aumentou a pressão sobre os cristãos no país, tanto que hoje o Afeganistão ocupa a primeira posição na Lista Mundial da Perseguição 2022. Quando descobertos, os cristãos são presos ou acabam assassinados. Apenas o fato de ter qualquer fé que não seja a islâmica é inadmissível e motiva ações do grupo para obrigar a obediência ao islamismo. Os cristãos de origem muçulmana ficam escondidos e vivem sob o risco constante de morte.
“Uma lista com nossos nomes foi distribuída. Alguns [de nós] foram mortos. Alguns foram sequestrados e outros desapareceram”, disse o cristão local Saad em 2021. Quando o Talibã voltou ao poder, rumores sobre o que eles poderiam fazer aos cristãos se espalharam e visitas surpresa de homens armados se tornaram uma ocorrência comum. O grupo extremista não reconhece a perseguição aos cristãos e nega as violações aos direitos humanos.
Dados os muitos desafios dos cristãos afegãos, lembramos da recomendação do Irmão André, que diz que nossas orações podem ir aonde não podemos: “Não há fronteiras, nem paredes de prisão, nem portas que se fecham para nós quando oramos”. Baixe nosso Guia de Oração e ore pelo Afeganistão.
Devido às pressões do Talibã no Afeganistão, muitos irmãos em Cristo precisaram fugir e hoje são refugiados em países vizinhos. Com sua doação, eles recebem o sustento de que precisam e o apoio que pode fortalecê-los.
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