Investigação de ataque recomeça no Paquistão

Hoje é o Dia da República do Paquistão. Na data em que o 7° país da Lista Mundial da Perseguição 2024 completa 84 anos de instituição da República Islâmica, compartilhamos um motivo de gratidão e também de oração pela comunidade cristã local.  

A Suprema Corte do Paquistão rejeitou o relatório da polícia sobre os ataques em Jaranwala, no estado de Punjab. No incidente, em agosto de 2023, casas de cristãos e igrejas foram destruídas. “Parece que os agentes de investigação não estavam interessados em apontar os culpados, em vez disso, foram intimidadas pelos agressores”, disse um representante da Suprema Corte em meados de fevereiro ao notar que informações cruciais sobre o ataque foram omitidas no relatório.  

Os ataques começaram com um rumor de que dois irmãos cristãos haviam cometido blasfêmia na cidade de Jaranwala. A situação cresceu depois que mesquitas locais fizeram uma transmissão incitando as pessoas a se juntarem e incendiarem estabelecimentos cristãos. 

 

Efeitos da lei antiblasfêmia 

  

Ao menos 17 igrejas e aproximadamente 100 casas foram destruídas no ataque. Centenas de cristãos foram obrigados a fugir da região. E, após o incidente, outra centena de pessoas foi presa, entre elas, dois cristãos, que foram libertos no começo deste mês, pois uma investigação mostrou que eles haviam sido incriminados.   

  

“Todos os cidadãos têm direitos iguais de proteção para praticar sua religião. É uma tendência que alguns agitadores, com segundas intenções, seguem ao provocar as pessoas para que ataquem locais religiosos não muçulmanos”, disseram os três juízes, na Suprema Corte, segundo o portal de notícias Dawn.  

  

A Corte pediu à polícia que faça uma nova investigação e que “o façam com a dedicação [que o incidente] demanda ou serão suspensos por falharem ao cumprir os seus deveres”. Atualizações sobre os avanços na investigação deverão ser reportados duas vezes por semana.  

 

As autoridades também exigiram que o governo de Punjab apresente atualizações sobre o processo de reconstrução das propriedades danificadas e reparação financeira. Apesar dos avanços em relação ao ataque, a situação dos cristãos em geral continua precária no Paquistão.  

 

Leis antiblasfêmia são usadas com frequência para incriminar cristãos a ponto de 25% das acusações desse crime serem feitas contra cristãos, que correspondem a apenas 1,8% da população. O ataque de Jaranwala é uma amostra dos efeitos violentos das leis antiblasfêmia e a vulnerabilidade da minoria cristã que faz parte dos dez países mais perigosos para cristãos da Lista Mundial da Perseguição 2024. 

 

Pedidos de oração 

• Interceda para que cristãos sejam protegidos de falsas alegações de blasfêmia.   
• Ore para que as autoridades não ignorem as violações de direitos dos cristãos no Paquistão.   
• Clame a Deus por proteção da igreja no Paquistão para que não seja vítima de novos ataques.