Portas Abertas • 7 jul 2022
Governo eleito no Nepal proíbe evangelismo e fechou muitas igrejas
O rei Gyanendra completa hoje 75 anos. Nascido em 1947, Gyanendra assumiu o trono em 2001, quando o regente anterior, seu irmão, foi assassinado. Assim, ele tornou-se o11º rei da dinastia Shah Deva. Em 2005, Gyanendra executou um golpe de estado, que dissolveu o parlamento e assumiu todos os poderes. Com esse golpe, o Nepal se tornou o último país com uma monarquia absolutista, em que o governante toma todas as decisões sozinho, sem consultar nenhuma instituição.
Ele afirmou que fez o golpe como uma medida temporária para enfrentar a revolução maoísta, movimento político ideológico, e os conflitos causados por ela. No entanto, os oito anos de governo de Gyanendra foram marcados pelo autoritarismo e por conflitos violentos.
Em 2006, após um ano do golpe, protestos populares pressionaram o restabelecimento do parlamento, o primeiro passo para a democracia. Depois disso, Gyanendra desapareceu das celebrações oficiais e seu rosto foi retirado das cédulas da rúpia nepalesa (moeda local). Ele foi acusado pelas cerca de 20 mortes na repressão da revolta popular de 2006 e também foi denunciado por roubo de fundos estatais. Em 2008, a monarquia da dinastia Shah Deva, com quase 240 anos no Nepal, foi derrubada e a Assembleia Constituinte do Nepal declarou o país uma república federal e realizou eleições.
O novo governo eleito afirma defender a liberdade religiosa e, de fato, no início os cristãos desfrutaram de uma liberdade maior do que tinham durante a monarquia. Porém a religião hinduísta, que é a mais antiga no país, é privilegiada e oprime as outras religiões. A legislação atual proíbe o evangelismo, não há liberdade plena de culto para os cristãos e leis anticonversão são usadas para prender cristãos e fechar igrejas.
O Nepal ocupa a 48ª posição na Lista Mundial da Perseguição 2022. Os cristãos são considerados cidadãos de segunda classe, são intimidados e vivem pressão intensa no país, especialmente os que abandonaram o hinduísmo.
Buscando ajudá-los, a Portas Abertas ministra um treinamento que ensina como enfrentar a pressão, apresenta os direitos dos cristãos para que saibam se defender em casos de abuso judicial e organiza momentos de oração e ensino bíblico para fortalecer os participantes.
Dinesh Poudel concluiu o treinamento e testemunha: “A Constituição nos dá alguma liberdade, mas ainda há muita discriminação. Não sabemos sobre muito dos nossos direitos. Estou muito grato a Deus e aos parceiros da Portas Abertas. Esse programa me ajudou a ter muita informação sobre os aspectos legais e sobre como usá-los em nossa vida. Eu com certeza vou ensinar outras pessoas que não participaram desse seminário”.
O projeto da Portas Abertas no Sul da Ásia ensina cristãos sobre seus direitos para que possam se defender da perseguição quando forem injustamente acusados. Sua doação apoia a preparação e fortalecimentos de cristãos perseguidos na região.
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