Portas Abertas • 17 mai 2019
Grupo de organizações de defesa cristã pede ao governo da Nigéria que “facilite urgentemente” a libertação de Leah Sharibu (foto enviada pela família)
Temos acompanhado de perto a situação de Leah Sharibu. No último dia 14, a adolescente cristã da Nigéria, que continua nas mãos dos militantes do Boko Haram, completou 16 anos de idade. Essa data levou um grupo de organizações de defesa cristã a pedir ao governo nigeriano que “facilite urgentemente” a sua libertação, assim como a de outras mulheres que também foram sequestradas pelos extremistas. O grupo islâmico Boko Haram já sequestrou mais de 4 mil mulheres e meninas desde o início do conflito no norte da Nigéria, em 2009.
Leah foi sequestrada de seu internato em Dapchi, no estado de Yobe, em fevereiro de 2018, juntamente com pouco mais de outras 100 alunas. Desde então, todas elas, exceto Leah, foram libertadas ou morreram em cativeiro. A adolescente cristã teria sido mantida, porque se recusou a renunciar a sua fé.
Na “Declaração de Abuja sobre as Crises na Nigéria Central”, a Parceria de Liberdade Religiosa, disse que o governo precisa “garantir que todas as comunidades religiosas da Nigéria desfrutem de liberdade, incluindo o direito de manifestar e propagar suas crenças, conforme o Artigo 38.1 da Constituição do país, e "facilitar com urgência a libertação de Leah Sharibu, Alice Ngaddah e as demais jovens sequestradas pelo grupo extremista".
Vale lembrar que, em abril de 2014, o Boko Haram sequestrou 275 meninas de um colégio interno em Chibok, nordeste da Nigéria. Metade delas, 112 moças, ainda estão desaparecidas, segundo o World Watch Monitor, que informou que o número real de mulheres e meninas que foram abusadas física e mentalmente por causa de sua fé na Nigéria, não apenas pelo Boko Haram, é muito maior.
Um relatório recente sobre a situação na Nigéria constatou que “embora todas as mulheres na Nigéria estejam expostas a formas de violência ou discriminação baseadas em gênero, para muitas cristãs no nordeste do país e na região do Cinturão Médio, tais dificuldades são agravadas pela opressão religiosa. A pressão aumenta quando se está sob ataque direto dos pastores fulani ou do Boko Haram e isso resulta em situações desastrosas para as mulheres, pois elas se tornam vítimas de sequestro, casamento forçado e abuso sexual", diz o relatório.
A Nigéria está na 12ª posição da Lista Mundial de Perseguição 2019, e o principal tipo de perseguição aos cristãos que atinge o país é a opressão islâmica. Nos últimos anos, a rivalidade entre muçulmanos e cristãos se intensificou no país por meio das ações do Boko Haram. Os extremistas, além dos sequestros, promovem constantes ataques violentos contra cristãos, que resultaram em mortes generalizadas e na destruição de igrejas.
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