O menino que oficialmente "não existe"

Portas Abertas • 6 dez 2004


Mesmo não existindo oficialmente, o menino de 18 meses, Luka Eyvazov,que quer dizer Lucas, parece ser real o suficiente. Visto pelo Forum 18 News Service no dia 26 de Novembro, Luka riu, chorou e brincou com o telefone de seus pais em sua casa, na vila de Aliabad, noroeste da região de Zakatala, perto da fronteira com a Geórgia. Desprezando as inúmeras tentativas de seus pais, que são batistas, o cartório local de registro negou constantemente emitir um certificado de nascimento pois não querem registrar crianças com nomes cristãos. Nós temos cartas de residentes da própria vila, e 98% estão contra o registro de nomes cristãos, disse o oficial de registro local, Aybeniz Kalashova, ao Forum 18 em 1 de dezembro.

Isto é ridículo, observou um membro de uma comunidade cristã na capital Baku, quando soube dos problemas na região de Zakatala. Você pode chamar sua criança de "Comunista" ou "Trator", ela disse ao Forum 18 no dia 29 de Novembro. Por que não um nome cristão?

Pessoas de uma variedade de fé e defensores dos direitos humanos disseram ao Forum 18 que não estavam informados de tais restrições em qualquer outra parte do Azerbaidjão, até mesmo aqueles povoadas por minoris étnicas. Luka não é um nome Azerbaidjano, disse Mehman Soltanov, do cartório civil do Ministério da Justiça, ao Forum 18 em Baku no dia 1 de dezembro. Por que eles escolheram um nome religioso?. Soltanov, que escreveu para falar ao pai de Luka, Novruz Eyvazoz, no dia 5 de Abril, especulou que não foi os pais de Luka que escolheram seu nome, mas sim alguma seita religiosa.

Realmente, na resposta ao Novruz Eyvazoz dada no dia 5 de Maio, vista pelo Forum 18, Kalashova reclamou que durante o caos e anarquia no país em 1989-90, missionários estrangeiros vieram para a vila de Aliabad e tentaram conduzir uma atividade subversiva, espalhando a fé cristã da seita dos batistas para a população, e tentaram mudar nomes e sobrenomes, passando para nomes cristãos, fortificando o sentimento separatista e colocando amigo contra amigo. Ela reivindica que os moradores da vila protestaram contra tal atividade. Ela pediu ao Eyvazov para respeitar e honrar o desejo dos habitantes de Aliabad.
 
Kalashova recusou-se a explicar ao Forum 18 porque as reclamações de outros moradores locais afetaram o direito de Eyvazov de registrar o nascimento de seu filho com o nome que ele e sua mulher escolheram. Por que vocês estão interferindo nos negócios internos do Azerdbaijão?, ela perguntou ao Fórum 18.

Em uma segunda entrevista, no dia 1 de dezembro, Soltanov disse ao Forum 18 que falou com Kalashova no cartório civil de Zakatala e que os pais de Luka poderiam ir mais uma vez ao cartório que receberiam o certificado de nascimento. Eles não terão nenhum problema agora, ele prometeu.

O nascimento de crianças no Azerbaidjão são geralmente registrados no lugar onde seus pais estão registrados a morar. Como cidadãos azerdbaijanos e residentes registrados de Aliabad, o casal Eyvazov originalmente tentou registrar o nascimento de Luka na administração local, onde recebeu sua primeira recusa. Eles não obtiveram sucesso em nível regional em Zakatala, mesmo antes e depois de levar seu caso a Soltanov no Ministério da Justiça, em Baku.

Nós dissemos aos oficiais que tínhamos escolhido o nome Luka, mas eles recusaram-se a resgistrar, alegando que estamos espalhando o cristianismo, Novruz Eyvazov lembrou. Nós perguntamos várias vezes que direito tinham em interferir na nossa vida familiar. Eles indicaram que estavam sobre pressão vinda de postos mais altos.

Ele insistiu que seu filho é de Deus. Quando disseram para eu escolher um nome de um famoso escritor ou poeta azerbaidjano ao invés de Luka, eu respondi que Luka, como um dos escritores do Novo Testamento, ainda será famoso quando todos os poetas e escritores forem esquecidos.

Falando ao Forum 18 no dia 27 de Novembro no seu escritório na administração local, o líder da vila, Gasim Orujov, alegou que a recusa para registrar nomes cristãos já foi resolvida. O cartório civil corrigiu isso no ano passado, ele afirma (erradamente). Não é mais um problema.

Relembrado da recusa continua para a emissão do certificado do nascimento de Luka Eyvazov, Orujov declarou: Deixe seus pais virem. Eu darei o certificado a eles. No entanto, quando Novruz Eyvazov foi ao seu escritório no dia 29 de Novembro, Orujov disse que a decisão estava aos escritórios regionais em Zakatala.


A família Eyvazov- como a vasta maioria dos dez mil habitantes de Aliabad- são membro da minoria Ingilo que se converteram ao islamismo séculos atrás. A maioria permanence na fé mulçumana, com vários graus de observância. A mesquita da vila permanece como a única comunidade religiosa registrada, já que as três comunidades batistas existente não são registradas.

Desde que o cristianismo tomou conta da vila uma década atrás, os aderentes tem enfrentado forte pressão das autoridades. Embora a igreja dos Eyvazovs seja uma congregação do Conselho de Igrejas de Cristãos Evangélicos/Batistas, um grupo independente que não aceitou registrar-se oficialmente durante o período soviético, outras duas comunidades Batistas em Aliabad recusam a se registrar também.

Sem um certificado de nascimento, Luka não vai ser capaz de ir para o jardim de infância ou para a escola, ser tratado em um hospital se precisar ou viajar para fora do país, disse Zaur Balayev, pastor de umas das comunidades Batistas que está procurando se registrar, ao Forum 18 em Aliabad no dia 26 de Novembro. Ele relatou que o caso do Lucas é o mais recente de uma corrente de recusas similares para o registro de crianças com nomes  cristãos.

Novruz Eyvazov disse ao Forum 18 que quando seu terceiro filho nasceu, levou três meses para registar a criança com o nome Moisei (Moisés).  Outro batista local, Ramiz Osmanov, disse ao Forum 18, no dia 27 de Novembro, que as autoridades do cartório civil emitiram um certificado de nascimento para seu filho Daniil (que agora tem 3 anos) quando ele tinha 6 meses. Osmanov disse que foi forçado a levar seu caso para oficiais em Baku antes de ser dado o certificado de nascimento.

O morador batista da vila, e pastor, Hamid Shabanov disse ao Forum 18 que as autoridades do cartório civil rejeitaram o nome de Sansão para seu neto. No final, seus pais escolheram Daud (Davi), sabendo que nunca obteriam um certificado de nascimento com o nome Sansão.

Membros da minoria ortodoxa na região vizinha disseram ao Fórum 18 na Igreja Ortodoxa de Kahs no dia 27 de Novembro, que não tinham nenhum problema em relação ao registro de suas crianças com nomes religiosos. Os Batistas Aliabad dizem que tais problemas não existem nem na região Balakan (ao norte de Zakatala), onde também residem minorias Ingilo.


Balayev destacou que membros vizinhos da grande minoria azeri, na Geórgia, não têm problemas, escolhendo livremente os nomes de seus filhos.

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