Portas Abertas • 13 abr 2023
Ishaya é pai de uma das jovens sequestradas que continua em cativeiro
Amanhã, o sequestro das meninas de Chibok completa nove anos. Na noite do dia 14 de abril de 2014, membros do grupo extremista islâmico Boko Haram invadiram a escola pública secundária GGCSS no estado de Chibok, Nordeste da Nigéria fingindo ser soldados do governo enviados para proteger por volta de 275 meninas, que foram sequestradas.
Das meninas presentes no momento do rapto, 47 conseguiram escapar no mesmo dia ou pouco tempo depois e outras 103 foram libertas do cativeiro nos últimos nove anos. Enquanto isso, as outras esperam há quase uma década pela liberdade. Os pais também não perdem a esperança de reencontrar suas meninas, mas estão cansados.
A espera é como uma morte lenta e asfixiante que os desgasta dia após dia. Yakubu Nkeki, representante da Associação de Pais das Meninas de Chibock explica: “Perdemos 38 pais nos primeiros três anos após o sequestro. Mesmo doenças mais simples, como pressão alta, ceifam a vida dos pais angustiados. Eles sentem muita dor”.
Ishaya é um dos pais que continua esperando. “Se nossas meninas morreram, queremos saber. Precisamos ser informados. Somente assim poderemos parar de esperar”, disse Ishaya. Não há um dia em que ele não olhe o retrato da filha com saudade e preocupação com o que ela deve estar passando.
Outra mãe confirma: “Não tivemos nenhuma novidade até agora. Como mãe, me recuso a aceitar que minha filha está viva ou morta a não ser que isso seja confirmado por fontes confiáveis”. Os extremistas usam os sequestros para enfraquecer as comunidades cristãs locais e obter dinheiro através dos resgastes.
Uma das reivindicações recentes dos pais é que as meninas voltem para casa quando resgatadas. Até o momento, quando uma delas é encontrada, é obrigada a ficar sob tutela do governo. Mesmo fora do cativeiro, elas precisam encarar todos os dias os abusadores que foram presos ou rendidos, que ficam no mesmo local.
Apesar disso, no abrigo, as meninas podem usar telefones e conversar com os pais. Elas também têm conseguido contatar líderes das igrejas locais para compartilhar as dificuldades e pedir ajuda em oração.
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