Portas Abertas • 20 mai 2024
O presidente iraniano foi eleito em 2021 e deveria ficar no cargo até 2025
Ontem (19), o presidente do Irã, Ebrahim Raisi, morreu na queda de um helicóptero em uma região montanhosa do país. Ele era o segundo líder mais poderoso do Irã, pois o primeiro é o aiatolá Ali Khamenei, líder supremo no islamismo xiita. Hoje, o primeiro vice-presidente, Mohammad Mokhber, foi nomeado como novo presidente interino. Ele ocupará o cargo temporariamente até que haja novas eleições.
A queda do helicóptero provocou também a morte do chanceler do Irã, Hossein Amirabdollahian. Ainda não foram confimadas as mortes de outros passageiros da aeronave como Malek Rahmati, governador da província do Azerbaijão Oriental, e Hojjatoleslam Al Hashem, líder religioso. No entanto, a imprensa oficial garante que não há sinais de sobreviventes no local.
Raisi foi eleito presidente em 2021 no primeiro turno e deveria ficar até 2025 no cargo. Durante a corrida eleitoral, houve uma abstenção recorde porque vários adversários foram impedidos de participar, inclusive o ex-presidente Mahmoud Ahmadinejad.
Uma das características do governo de Raisi era reagir às manifestações da população com violência. Na década de 1980, ele fez parte de “comissões de morte” que provocaram a execução de mais de cinco mil militantes contrários ao regime imposto pelos aiatolás.
Durante o governo de Raisi, em 2022, a jovem Mahsa Amini morreu após sua prisão por não usar adequadamente o hijab (véu islâmico). Por consequência, milhares de pessoas foram às ruas protestar contra a violência do governo e mais de 500 manifestantes perderam suas vidas, garantem os dados da Agência de Notícias de Ativistas de Direitos Humanos (Hrana).
Nesse período, cristãos socorreram os feridos e alimentaram as pessoas que estavam nas ruas do Irã. Além disso, as denominações se uniram para erguer a voz contra a violação dos direitos humanos por parte do governo.
O Irã é o 9º país na Lista Mundial da Perseguição 2024. Os cristãos que vivem no território enfrentam pressão e violência por parte da família, da comunidade e do governo. O pastor Abdolreza Ali Haghnejad, conhecido como Matthias, é considerado um inimigo do Estado pelo "crime de propagar o cristianismo”.
Ele deveria cumprir uma pena de seis anos em uma prisão de sua cidade natal Anzali. Mas foi transferido inesperadamente para prisão de Minab, que fica a 1.600 quilômetros de sua casa. No início de 2024, o líder cristão recebia visitas semanais de sua família, mas seu direito foi revogado pelo Ministério de Inteligência. Ele não sabe quando verá seus familiares novamente.
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