Portas Abertas • 26 jan 2021
A pandemia da COVID-19 aumentou a vulnerabilidade dos cristãos que já conviviam com a discriminação e a violência
A pandemia da COVID-19 impactou o mundo todo, e muitos governos exploraram esse contexto para intensificar a opressão às minorias religiosas, aumentando a vulnerabilidade dos cristãos perseguidos. O departamento de pesquisa da Portas Abertas realizou um estudo sobre os principais impactos que a pandemia trouxe para os seguidores de Jesus hostilizados por causa da fé.
As descobertas iniciais foram confirmadas durante a elaboração da Lista Mundial da Perseguição 2021, onde todos os países do Top50 obtiveram a classificação de perseguição extrema e severa, os índices mais altos da pesquisa. Os países com perseguição extrema, obtiveram entre 81 e 100 pontos, e os países com perseguição severa tiveram pontuação entre 61 e 80. Isso mostra que a pandemia aumentou o grau de perseguição em muitos países. Entenda como é feita a Lista Mundial da Perseguição.
Uma outra tendência global fortemente percebida durante o período, foi que os cristãos passaram a ser vistos como culpados pela pandemia e pela transmissão do vírus. Levando à disseminação de discursos de ódio e ataques físicos contra os seguidores de Cristo, nos quais funcionários do governo, membros da comunidade e grupos extremistas participaram. Muitas igrejas também foram atacadas por socorrer as comunidades nas principais necessidades.
Os cristãos têm, constantemente, o acesso às necessidades básicas negadas, já que a comunidade os vê como diferentes e muitas vezes como traidores. Durante a pandemia, eles continuaram a ser privados de ajuda humanitária, alimentos e até água, aumentando a vulnerabilidade e prejudicando a saúde das famílias. Grupos extremistas, governos e comunidades passaram a pressionar ainda mais os seguidores de Jesus durante a pandemia, realizando ataques diretos aos cristãos e igrejas.
O isolamento social por causa da pandemia também afetou a vida dos cristãos perseguidos, pois houve aumento dos níveis de violência doméstica. As famílias foram forçadas a ficar em casa e muitos cristãos ficaram presos com os parentes perseguidores, que não aceitam a conversão e utilizam de pressão e violência para obrigar os convertidos a retornarem à fé tradicional familiar.
Ásia: as ações do governo para conter a pandemia têm sido usadas para aumentar a vigilância das igrejas e seus membros, como na China. Membros da comunidade no Butão e em Mianmar também foram encorajados a monitorar as atividades cristãs. Os regulamentos governamentais em relação à COVID-19 foram usados para prender os cristãos, sob o pretexto de contenção da pandemia, como na Índia e no Nepal.
África Subsaariana: os extremistas são poderosos impulsionadores da violência e da discriminação na região. Eles têm usado as restrições da pandemia para aumentar os ataques contra os cristãos, como em Camarões, Etiópia, Mali e Moçambique.
Oriente Médio e Norte da África: há indícios de que a violência doméstica aumentou pela pandemia nesta região. As famílias estavam trancadas juntas, muitas vezes colocando as mulheres já vulneráveis por causa da fé ainda mais em risco. Além disso, o Estado Islâmico se aproveitou da ocasião para promover mais ataques na região.
América Latina: os principais agressores dessa região são grupos criminosos que pressionam os cristãos para abandonarem a fé. Os seguidores de Cristo na América Latina foram alvo da negação ou da restrição de cuidados de saúde, como na Bolívia e em Cuba. Também foram forçados a participar de rituais locais de cura em vez de escolherem a própria prestação de cuidados de saúde. Além disso, tiveram o acesso a centros de saúde e medicamentos negados ou restringidos pelas próprias comunidades por causa da fé.
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