Portas Abertas • 18 out 2022
Apesar das dificuldades, a cristã de 53 anos não desiste do objetivo
Muitos cristãos na Malásia, apesar de terem nascido em um lar cristão e praticarem a fé em Jesus, recebem outro status religioso nos documentos por causa do governo. Jane (pseudônimo) enfrenta esse dilema há 20 anos e, agora que ela tem filhos, está preocupada que eles vivam o mesmo desafio.
Jane teve uma vida simples na área rural da Malásia. Andava descalça enquanto brincava com as galinhas no quintal e nem imaginava o que eram direitos religiosos ou como a sociedade era organizada. Ela foi criada pelos tios, pois os pais não tinham condições financeiras para cuidar dela e dos irmãos. “Meus irmãos e eu fomos batizados bem cedo, com a autorização dos meus pais. A vida parecia simples e éramos felizes”, disse Jane.
Por causa dos problemas financeiros, o pai de Jane pegou um empréstimo com alguns amigos sob a condição de que toda a família se convertesse ao islamismo. Sem notificar a esposa e os filhos, ele fez o acordo e tornou a família muçulmana nos registros. No fim, os problemas financeiros persistiram e Jane foi obrigada a começar a jornada tentando provar que ela é cristã.
Quando adulta, Jane precisou ir ao departamento de assunto religiosos e, quando solicitou a mudança, a atendente gritou: “Pela lei você é muçulmana, não há o que fazer”. Nem a certidão de batismo de Jane foi suficiente para provar que ela era cristã. “Já fui ao departamento inúmeras vezes para tentar mudar os documentos. Conheço todos os funcionários e o protocolo exigido. Apesar da mudança da administração, a resposta que recebo é sempre a mesma”, continua a cristã.
De fato, 20 anos se passaram entre idas e vindas aos escritórios. Agora os filhos de Jane sofrem por causa das escolhas do avô. Apesar da dificuldade, Jane não desiste. “Tenho 53 anos, mas continuo a jornada. Levo os documentos e carrego o sonho de ser conhecida e reconhecida como cristã perante o governo do meu país. Peço que vocês orem por mim e por minha família, para que meus filhos tenham a liberdade de escolher a religião deles”, conclui Jane.
Diferente de Jane, muitos cristãos no Sul da Ásia não conhecem os direitos humanos e religiosos que têm. Essa falta de conhecimento facilita interrogatórios inadequados, torturas e prisões injustas. Sua doação ajuda cristãos perseguidos a participarem de treinamentos para que saibam se defender.
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