Portas Abertas • 1 jun 2021
Crianças e adolescentes estão em risco ao frequentarem as escolas na Nigéria (imagem representativa)
[Atualizado em 08 de junho de 2021 às 14h54]
Em 30 de maio, 200 alunos de uma escola islâmica de Tegina, na Nigéria, foram sequestrados por grupo armado. De acordo com um porta-voz da polícia do estado de Niger, os rebeldes chegaram atirando indiscriminadamente e capturando os estudantes da escola Salihu Tanko. Uma pessoa foi morta e outra ficou feriada durante o ataque.
Em entrevista à Reuters, o proprietário da escola, Abubakar Tegina, que mora próximo à escola disse que foi testemunha do incidente: “Eu vi pessoalmente entre 20 e 25 motocicletas com pessoas fortemente armadas. Elas entraram na escola e foram embora com cerca de 150 ou mais alunos”.
De acordo com Tegina, os alunos têm entre sete e 15 anos e frequentam a escola, mas moram em outros locais com as respectivas famílias. Outro funcionário disse à AFP que os radicais levaram de volta algumas crianças até 12 anos de idade, porque as consideraram muito pequenas e não poderiam andar muito.
No dia 04 de junho, o governo da Nigéria confirmou o sequestro de 136 alunos e garantiu que estavam em negociação os sequestradores para que as crianças fossem libertadas. “Também estamos em contato com os pais. Pedimos que sejam pacientes, o governo está fazendo todos os esforços para garantir a libertação dos filhos”, afirmou o vice-governador Ahmed Mohammed Ketso em entrevista.
Nos últimos meses, a Portas Abertas noticiou vários incidentes de sequestros de estudantes na Nigéria. Desde dezembro de 2020, mais de 700 jovens foram capturados por extremistas que pedem resgate para soltá-los. Segundo a porta-voz da Portas Abertas na região, “O sequestro é algo com que os nigerianos do Norte têm de lidar há muitos anos, especialmente durante a insurgência de Boko Haram de mais de uma década. Incontáveis mulheres, crianças e homens, muitos deles cristãos, continuam cativos”.
Porém, a líder lembra que houve um aumento de sequestros por gangues e que o governo da Nigéria não está conseguindo combater os crimes. Isso acaba alimentando a impunidade e prejudica a pouca estabilidade que resta no país. “Esses ciclos de violência criam um espaço no qual grupos radicais prosperam. O governo precisa encontrar maneiras de enfrentar a ilegalidade de forma decisiva ou se preparar para lidar com militantes por muitos anos”, completa.
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