Portas Abertas • 20 ago 2018
Uma igreja destruída próximo a Tal Tamer, no nordeste da Síria (Imagem: New York Times)
Após a derrota do Estado Islâmico na Síria, vilas cristãs têm sido deixadas para trás devastadas, de acordo com o jornal New York Times. Cristãos assírios são uma minoria indígena com comunidades rurais prósperas junto ao rio Khabur, no nordeste da Síria. Porém, com o ataque do Estado Islâmico em 2015, os militantes demoliram igrejas e sequestraram mais de 200 pessoas. Dezessete delas foram enviadas de volta ao líder religioso da cidade de Al Hasakah com um pedido de resgate, 50 mil dólares por pessoa ou eles seriam mortos.
Muitos assírios ajudaram a levantar os recursos para pagar o resgate. “A igreja nunca revelou exatamente quanto pagou ao Estado Islâmico, mas entendemos que foi mais de um milhão de dólares”, relatou o jornal. A maioria dos prisioneiros foi solta, mas decidiu fugir do país com as famílias, deixando para trás cidades fantasmas onde apenas alguns moradores continuaram vivendo.
O local foi retomado do Estado Islâmico pelo exército sírio e pelas Unidades de Proteção Popular em outubro de 2016. Porém dos 10 mil cristãos assírios que viviam nas mais de 30 vilas na área com cerca de 24 igrejas, hoje são aproximadamente 900 pessoas, com apenas uma igreja com cultos regulares, explica Shlimon Barcham, um oficial local da Igreja Assíria do Oriente.
Em novembro de 2016, um líder religioso da mesma igreja disse à CNN que o Estado Islâmico ser derrotado militarmente não é o suficiente para encorajar cristãos desabrigados a voltarem para as cidades e vilas nas quais foram perseguidos. A vila de Tel Shamiran tem apenas dois moradores, uma mãe e seu filho. “Nós vamos ficar, mas por quanto tempo?”, questionou o filho.
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