Portas Abertas • 8 abr 2024
Por meio das dificuldades da vida, Ani e Sarkis viram a luz de Deus brilhar
Anos depois da explosão de um morteiro em frente à casa de Ani, ela e o marido, Sarkis, descobriram o impacto do pedaço de estilhaço na cabeça de Maria, a filha do casal. A bebê andou mais tarde que outras crianças e ainda precisa de cuidados contínuos e fisioterapia. “Ela ainda passa por muitas coisas. Por exemplo, ela faz fisioterapia duas vezes por semana, além de passar com diversos médicos, como neurologista, pediatra e ortopedista. Ela também precisa de determinados remédios e uma dieta específica”, explica Ani.
A vida do casal sírio mudou para sempre naquele dia. Mesmo depois de uma década, eles continuam lidando com as consequências daquela explosão. Mas a vida de Ani também teve uma mudança positiva. Pela primeira vez, ela decidiu encarar sua fé de maneira mais séria.
Apesar de ter crescido em uma família cristã tradicional, antes do ferimento da filha, a caminhada com Cristo nem sempre foi uma prioridade para Ani. “Eu agia de uma
forma mais costumeira. Frequentava a igreja em ocasiões especiais e feriados”, conta. Após o ataque, o relacionamento de Ani com a igreja mudou. “Uma amiga me visitou e disse: ‘Quando Maria melhorar, a levaremos para a igreja’. Cerca de três semanas depois, isso aconteceu, mas Maria começou a chorar e, como não consegui acalmá-la, decidi sair com ela. Quando o culto acabou, um irmão veio até mim e disse que eu não deveria ter saído da igreja, pois Jesus disse: ‘Deixai vir a mim as criancinhas’. Isso ficou registrado na minha mente. Eu me senti aceita e segura naquele momento.”
Apesar de ser de uma família cristã síria, Ani não sabia como orar ou estudar a Bíblia. Após ser convidada para um grupo de discipulado, estudar as Escrituras teve um impacto profundo em sua fé
A igreja que Ani frequenta é um Centro de Esperança apoiado pela Portas Abertas na Síria. Centros de Esperança são igrejas que se tornaram símbolo do renascimento dos cristãos sírios ao tentarem se recuperar e reconstruir após anos de guerra e ataques de grupos extremistas islâmicos.
Após aquele dia, Ani começou a frequentar a igreja toda semana com Maria. Ela descreve o período como sendo um divisor de águas “entre o velho e o novo eu”. Ani começou a ver a intervenção do Senhor na vida da filha Maria. “Sempre que orávamos na igreja, ouvia na próxima consulta que os ossos dela começaram a se curar sem a necessidade de uma nova cirurgia”, disse. Esse tipo de coisa passou a acontecer com mais frequência. Após algum tempo, Sarkis também começou a ir à igreja com a esposa e a filha. “Até meu marido começou a mudar. Eu nunca imaginei que ele mudaria”, disse Ani.
Na igreja, Ani começou a participar do grupo de discipulado. “Eu não tinha ideia de como estudar a Bíblia ou do que estava dentro dela. Não sabia orar”, reconhece. Mas estudar a palavra de Deus impactou profundamente sua fé. “Eu encontrei paz e segurança enquanto participava da reunião de discipulado. Lá, me sentia isolada do mundo exterior; apenas eu e a palavra de Deus. Eu nunca me senti dessa maneira antes”, disse Ani.
Com o passar do tempo, Ani engravidou novamente e deu à luz sua segunda filha, Eliza. A família vendeu a maior parte de seus pertences e comprou uma casa nova, ainda não terminada.
“A vida é cheia de dificuldades e desafios. Espero que ninguém experimente o que passei nos últimos dez anos. Mas sou capaz de enfrentar desafios em paz porque sei que o Senhor está comigo. Independentemente do que encontre, ele está sempre do meu lado, é meu ajudador e apoio. Muitas vezes, quando abro a Bíblia, encontro o versículo certo que realmente me anima.”
Ela compartilha o sonho para o futuro das filhas: “Eu chamo Maria de ‘o milagre de Jesus’. Houve dias em que eu a levei ao médico e ouvi: ‘Não há possibilidade de esse exame pertencer a essa menina. Ela não é a mesma que eu vi’. Espero que um dia a veja testemunhando sobre como Jesus trabalhou em sua vida. Espero que Eliza e Maria sejam servas do Senhor”.
Depois que a guerra na Síria começou, a economia só piorou. A maioria dos sírios agora vive na pobreza e tem dificuldade para comprar itens básicos. A guerra, a situação econômica e os terremotos em fevereiro de 2023 tiveram um grande efeito no povo sírio. Com uma doação, você garante que famílias cristãs sírias sejam beneficiadas com projetos de geração de renda e reforma de casas.
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