Portas Abertas • 15 dez 2021
Os cristãos surdos na Ásia Central participam de treinamentos especiais que os auxiliam em diversas necessidades
Nos últimos anos, a equipe da Portas Abertas compartilhou diversas histórias de como Deus está construindo seu reino na Ásia Central por meio de cristãos surdos. Eles são excluídos pela sociedade, mas Deus está levando-os a lugares de honra. São diversas as histórias de como os surdos encontram a Deus.
Em 2014, o colaborador da Portas Abertas Jan conheceu os cristãos surdos pela primeira vez na área rural. Ele ficou maravilhado em como a fé deles é pura e simples. Essa pequena comunidade era muito dedicada e cheia de amor uns pelos outros. Esse movimento entre pessoas surdas não foi planejado por nenhum ser humano. Realmente é possível ver que Deus começou esse movimento.
Parte da cultura da hospitalidade na Ásia Central consiste em compartilhar longas refeições
Alguns cristãos surdos sentiram o desejo de compartilhar o evangelho com outros surdos em um país da região. À noite, eles cruzaram a fronteira e visitaram diversas vilas até que finalmente encontraram algumas pessoas surdas. Como parte da cultura da hospitalidade, participaram de longas refeições juntos. Nesses momentos, os cristãos surdos explicaram o evangelho de uma forma simples. E, durante as muitas visitas a essas vilas, as pessoas surdas nesse outro país também vieram à fé.
Apesar de todas as vezes cruzarem a fronteira pelo mesmo local, certa vez foram parados pela polícia de fronteira. Eles ficaram chocados ao ouvir que os cristãos surdos já tinham passado por ali diversas vezes. “Isso é impossível, já que aqui é um campo minado. Não tem como sobreviver se escolher entrar no país por esse caminho”, disse a polícia. Deus protegia esses cristãos todas as vezes de uma forma especial.
A comunidade de surdos em países da Ásia Central é unida, auxiliando com ajuda prática e alimentos os que mais precisam
Outra história da região é de uma mulher surda chamada Aisha (pseudônimo). Durante a crise da COVID-19, ela foi negligenciada e não recebeu ajuda de comida e cuidado prático em sua vila. Como muitos outros surdos, ela foi ignorada por sua comunidade, já que é considerada uma excluída. Ela não tinha contato com outras pessoas surdas e estava se sentindo solitária e muito depressiva.
Como a situação se arrastou por muito tempo, ela pensou em cometer suicídio. Por ser totalmente esquecida, Aisha sentiu que não havia esperança para ela. Além de ninguém a visitar ou prestar atenção nela, ela estava com muita fome. Quando não conseguiu mais lidar com isso, decidiu acabar com sua vida. Ela pegou um galão de gasolina e jogou sobre si.
Quando estava prestes a acender o fósforo, viu uma pessoa entrando em sua casa, era um cristão surdo. Quando ele perguntou o que ela estava fazendo, ela disse que não queria mais viver dessa forma. O cristão entrou no quarto em que ela estava com as mãos cheias de um grande pacote de comida. Ele compartilhou como tentou encontrar outra pessoa surda para ajudá-la.
O cristão compartilhou por que estava fazendo isso e contou tudo sobre o amor e o cuidado de Deus. Depois de uma longa conversa, ela entendeu que há um Deus que vê as dificuldades, a dor e a solidão dela. Depois de várias horas, Aisha aceitou a Cristo como salvador e encheu o estômago da comida que recebeu. Naquele dia, ela foi salva duas vezes. O cristão surdo a colocou em contato com a comunidade de cristãos surdos. Agora ela se sente parte da comunidade e recebe ajuda prática e alimento.
A Portas Abertas apoia o treinamento de linguagem de sinais a pessoas surdas na Ásia Central
De acordo com a Portas Abertas, 99% dos cristãos ex-muçulmanos na Ásia Central enfrentam perseguição. Na maioria das vezes, a perseguição vem por parte da família e da comunidade muçulmana. Uma vez que a família descobre a decisão por Cristo, a reação não é muito boa, já que isso traz vergonha à família. Os pais temem que os filhos decidam por Cristo, já que sabem que a comunidade oprimirá esses jovens. Além disso, com muita frequência, mulheres que decidem seguir a Cristo são perseguidas por maridos muçulmanos ou pelos parentes deles.
Governos muçulmanos também oprimem cristãos. Um exemplo disso é que a polícia com frequência invade encontros secretos, mesmo de pequenos grupos domésticos de duas ou três pessoas. Em alguns países, é muito perigoso ter uma Bíblia ou alguma literatura cristã.
Em tempos de COVID-19, a perseguição se tornou ainda mair forte, já que cristãos foram obrigados a ficar em quarentena com os perseguidores. “São sempre histórias difíceis. Mas, mesmo assim, muitos decidem seguir a Cristo mesmo que enfrentem tribulações, agressões e se sintam excluídos de suas comunidades e famílias. São sempre histórias difíceis, mas com frequência também são histórias de vitória e coragem”, explicou Jan, colaborador da Portas Abertas.
© 2024 Todos os direitos reservados