Quatro desafios dos cristãos durante o Ramadã

Cristãos de origem muçulmana no Oeste Africano precisam lidar com o aumento da pressão enquanto os islâmicos jejuam

Portas Abertas • 25 abr 2022


Muitos cristãos são antigos muçulmanos, que muitas vezes se encontram sob grande pressão durante o Ramadã

Muitos cristãos são antigos muçulmanos, que muitas vezes se encontram sob grande pressão durante o Ramadã

Os cristãos se sentem cada vez mais no limite durante o mês do Ramadã. No período, muçulmanos celebram a primeira revelação que Maomé recebeu do Alcorão. O propósito do jejum é sair do cotidiano e reexaminar a vida sob o contexto de um ideal maior. Dessa forma, todo muçulmano não deve comer, fumar, beber — até mesmo água — e ter relações sexuais. Porém, durante o período, muitos cristãos não podem comer em público e precisam manter um perfil ainda mais discreto que o usual.

Um pesquisador de campo comentou: “Eu estou pessoalmente preocupado com o que está acontecendo no Oeste Africano. Em áreas tradicionalmente cristãs, muçulmanos usam estratégias para criar a impressão de que estão dominando. Por exemplo, durante celebrações, líderes religiosos pagos por muçulmanos de áreas vizinhas vêm para a capital em grande número para criar a impressão que eles têm um número maior de seguidores do que realmente possuem”.

Grande parte do corpo de Cristo é composta por antigos muçulmanos, que muitas vezes se encontram sob grande pressão durante o Ramadã. Listamos quatro dos principais desafios enfrentados por eles durante o Ramadã.

  1. Desafios físicos: eles são atacados, abusados, proibidos de comer, agredidos e, às vezes, mortos. Cristãos de origem muçulmana são muito pressionados para que recitem a shahada (confissão que declara: “Não há outro Deus além de Alá e Maomé é seu profeta”). Caso não recitem a confissão, se torna claro que a pessoa “se tornou um kafir (infiel)”.

  2. Desafios emocionais: aqueles que cedem à pressão precisam lidar com a culpa. Se não há quem os ajude a superar a culpa e mostrar como o Senhor pode restaurá-los, eles não serão capazes de amadurecer como cristãos e isso pode impactar a comunidade.

  3. Desafios socioeconômicos: todo muçulmano deve dar 2,5% das economias líquidas anuais para que haja recursos para serem utilizados quando necessário. Uma pessoa que se converteu não tem mais o direito de utilizar esses recursos. Isso significa que muitos não conseguem comprar comida, pagar mensalidades da escola, pagar contas médicas, o aluguel da casa ou ter fundos para começar um negócio. Além disso, muçulmanos não apoiarão um negócio comandado por um cristão de origem muçulmana. Essa é uma forma muito efetiva de convencer alguém a voltar para o islamismo.

  4. Desafio da solidão: os muçulmanos quebram o jejum juntos e esse é um tempo que fortalece a comunidade e a família. Com isso, as noites são maravilhosas, já que há comida e comunhão. Porém, muitas vezes, cristãos de origem muçulmana não encontram esse tipo de comunhão na igreja. A comunidade muçulmana tem tudo a ver com a sociedade. Todos existem porque a comunidade existe e cada indivíduo é importante. Entretanto, mais do que nunca, as igrejas são individualistas. Cada um carrega seu próprio fardo. Por isso é difícil cristãos de origem muçulmana lidarem com isso. Por exemplo, durante o Natal, cristãos deixam as cidades para visitar as famílias. Dessa forma, os cristãos de origem islâmica são deixados sozinhos. Com isso, durante os principais dias islâmicos e cristãos, eles estão sozinhos.

“Muitos cristãos também sofrem durante o Ramadã devido ao aumento do complexo de inferioridade. Eles se tornam sóbrios e gastam a maior parte do tempo em atividades religiosas isoladas. Isso minimiza os aborrecimentos na esfera social. Entretanto, por causa disso, cada vez menos tempo é gasto em servir os outros”, conclui nosso especialista de campo.

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A Portas Abertas é uma organização cristã internacional e interdenominacional, fundada pelo Irmão André, em 1955. Hoje, atua em mais de 60 países apoiando cristãos perseguidos por causa da fé em Jesus.

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