Portas Abertas • 12 out 2021
Os meninos cristãos são mais visados para integrar grupos extremistas, enquanto as meninas enfrentam casamento forçado
A Portas Abertas trouxe um especial em comemoração ao Dia das Crianças, no qual contamos mais sobre a perseguição às crianças cristãs e quais são as regiões mais hostis para os jovens. Agora você entenderá como acontece a perseguição aos meninos e meninas cristãs e como o gênero interfere no tipo de perseguição.
A maior ameaça que afeta os meninos é o recrutamento forçado para milícias ou gangues criminosas. Em 2019, mais de 7.740 crianças eram recrutadas e usadas como soldados nos grupos criminosos. As gangues da América Latina visam meninos adolescentes cristãos, que são vistos como mais fáceis de influenciar. Na África, os meninos são recrutados à força em países afetados pelos conflitos. “As crianças são recrutadas para grupos de milícias e para as forças de segurança em uma idade muito jovem. Isso priva os pais da oportunidade de criar essas crianças no modo de vida cristão”, comenta um parceiro na República Democrática do Congo.
Na África, os meninos são recrutados para fazerem parte dos grupos crimonosos
O recrutamento forçado de meninos cristãos os prejudica de duas maneiras: eles são isolados das famílias e ao mesmo tempo aumentam o número de membros de grupos extremistas. Os meninos são mais propensos a perder a vida do que as meninas e isso está parcialmente ligado aos perigos de recrutamento, ou sua recusa, expondo os meninos à insegurança. No entanto, isso também mostra as táticas dos extremistas que normalmente praticam violência sexual com as meninas, mas matam meninos ao atacar comunidades cristãs. Testemunhas relataram a um parceiro na Somália que quando uma família foi atacada pelo Al-Shabaab, o pai e o filho foram assassinados enquanto as três filhas enfrentaram violência sexual de membros do grupo.
As meninas cristãs correm um risco do casamento forçado e isso aumenta quando meninas atingem a idade fértil aos olhos da cultura. “As meninas cristãs são forçadas a se casar com homens radicais mais velhos. Isso, muitas vezes, é feito em segredo e à força a fim de devolvê-las ao islã. Uma vez casado, o homem usa a violência sexual como uma ferramenta de submissão para engravidá-la e fazer com que ela passe a depender dele”, conclui o parceiro na Somália.
A pandemia da COVID-19 aumentou taxas de casamento infantil e violência doméstica. Casamento forçado e violência sexual foram os dois pontos de perseguição mais relatados pelas meninas que vivem nos 50 países da LMP 2022. Sequestro, tráfico e sedução também aumentam a vulnerabilidade das cristãs. As meninas geralmente são dependentes na família para segurança financeira e física e, portanto, altamente vulneráveis se a perseguição vier de dentro da própria família.
As mulheres e meninas cristãs enfrentam perseguição, principalmente, por meio de casamento forçado e violência sexual
Em Moçambique, casamentos precoces e forçados afetam negativamente as famílias cristãs e comunidades. As crianças não estão prontas física e emocionalmente para se tornarem esposas e mães. Elas enfrentam mais riscos de experimentar complicações na gravidez e no parto, além de contraírem doenças sexualmente transmissíveis e sofrerem violência doméstica. Com pouco acesso a educação e oportunidades econômicas, elas e as famílias são mais propensas a viver na pobreza.
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